No dia 5 de Maio, o Nascer do SOL noticiou que o aumento dos ataques de lobos a rebanhos e a campos agrícolas do norte do país, criou uma onda de preocupação e descontentamento por parte de pastores e agricultores – que acabam por ficar com grandes prejuízos –, chegando mesmo ao Parlamento Europeu (PE), onde se assiste, neste momento, a uma «guerra acesa» sobre mudanças na proteção destes carnívoros.
Um grupo de 12 ministros europeus do Ambiente (Eslováquia, Bulgária, Alemanha, Grécia, Irlanda, Chipre, Luxemburgo, Áustria, Roménia, Eslovénia e Portugal) endereçou no início deste mês uma carta ao comissário europeu do Ambiente, onde se dizem contra uma resolução adotada em novembro de 2022 pelo Parlamento Europeu que argumenta que, «como alguns grandes predadores, nomeadamente lobos e ursos», estarão a conseguir aumentar a sua distribuição territorial na Europa e a «prejudicar» os agricultores e criadores de gado, se justifica uma «redução do estatuto de proteção» do lobo (Canis lupus).
E Inês de Sousa Real, do PAN, tomou a iniciativa de apresentar na AR um projeto de resolução que repudia a iniciativa do PE sobre o retrocesso do estatuto de proteção do lobo na Europa.
Em sede de comissão parlamentar, a deputada apresentou o projeto pelo qual se propõe que a Assembleia da República, reconhecendo a importância do lobo na conservação da biodiversidade europeia, repudie a Resolução do Parlamento Europeu, por «constituir um retrocesso do estatuto de proteção do lobo na Europa».
Nessa mesma comissão, a deputada Bárbara Dias (do PS) começou por saudar a deputada do PAN por trazer à comissão «um tema tão importante como é o da proteção da fauna», que «reputa de grande importância para o equilíbrio e restauro dos ecossistemas e que tem impacto numa espécie tão acarinhada em Portugal como é o lobo ibérico». Bárbara Dias considerou ainda que Portugal tem feito um «esforço assinalável» na adoção de medidas de precaução, prevenção e minimização de impactos nesta espécie e que o seu grupo parlamentar acompanha a posição do ministro do Ambiente, «subscrevendo a carta enviada ao comissário europeu do Ambiente, que se opõe à aludida resolução».
O projeto de resolução do PAN acabou por ser aprovado em reunião plenária no dia 5 de maio, com os votos favoráveis dos deputados do Pan, Chega e BE e com a abstenção das bancadas do PSD, IL, PCP, Livre e… do PS. Ou seja, Bárbara Dias não convenceu nem os seus companheiros de partido.