O ministro das Finanças garantiu, esta sexta-feira, na sua audição na comissão de inquérito à TAP que a ex-CEO Christine Ourmières-Widener foi informada da demissão por justa causa na véspera do anúncio público da sua saída, contrariando assim a versão apresentada pela gestora.
"Estou a transmitir o relato fiel, verdadeiro, integral do que foi o âmbito da conversa no domingo [5 de março] , uma reunião formal para lhe comunicar que, recebido o relatório da IGF e ponderadas as suas conclusões, a demissão da engenheira Christine e do presidente do Conselho de Administração – [com Manuel Beja] essa conversa foi com o ministro das Infraestruturas – não seria possível a sua continuidade e que eu iria propor o início do processo relativamente à sua demissão com justa causa", disse Fernando Medina.
O ministro sublinhou que a demissão por justa causa tinha sido "transmitida à engenheira Christine de forma precisa e rigorosa" na véspera da conferência de imprensa
"Consciente que esta decisão – inevitável face às conclusões da IGF – teria danos reputacionais na sua carreira, propus à engenheira Christine que estaria na disposição de, se ela tivesse esse entendimento, aceitar a sua demissão", revelou Fernando Medina, explicando que quis assim proteger Christine Ourmières-Widener, perante uma situação que podia ser mais danosa.
Versão diferente é a apresentada pela ex-CEO que na sua audição, perante a mesma CPI, disse ter tido uma reunião com o ministro das Finanças na véspera do anúncio público da sua demissão por justa causa, mas que apenas foi informada de que a situação estava “complicada".
"Eu tive uma reunião com o ministro das Finanças no domingo à noite antes da conferência de imprensa e durante essa discussão ele expressou que a situação estava complicada, mas ele não me deu a informação que seria demitida com justa causa no dia seguinte".
"Não sabia da justa causa, de todo, antes da conferência de imprensa. Estava apenas à espera de ser demitida", reiterou, na altura, Christine Ourmières-Widener.