Ministro da Educação pede mais “compreensão” e menos “intransigência” aos sindicatos

João Costa diz que os cartazes polémicos são “feios em termos estéticos” e que “a maior parte dos professores não se reveem” neles.

O Ministro da Educação pediu, esta sexta-feira, aos sindicatos maior compreensão e menos intransigência nas suas tomadas de posição, sublinhando que os alunos precisam de voltar às escolas com mais serenidade.

“Se pensarmos nos alunos, em particular em todo o impacto da pandemia, devemos todos esforçar-nos e conseguir, mesmo quando não estamos de acordo, continuar a trabalhar”, afirmou João Costa, em entrevista à SIC Notícias, reforçando que são necessárias “em sede negocial”, posições que “não são de intransigência, mas de maior compreensão”.

O ministro insistiu na necessidade de não prejudicar os estudantes, e lamentou que “a reivindicação dos professores desde o primeiro dia é igual à do último dia”.

Questionado sobre os polémicos cartazes, João Costa sublinhou que são “feios em termos estéticos” e que “a maior parte dos professores não se reveem” neles.

“É um grupo pequeno, que anda de terra em terra, com cartazes de mau gosto, de incitação ao ódio e à violência, e que são um mau exemplo para os alunos”, defendeu, acrescentando que “não representam a contestação dos professores”.

Em relação ao pedido feito pelo Presidente da República para uma solução rápida para os problemas na Educação, sublinhou que existem matérias que não se resolvem de um dia para o outro, porém, assegurou que o Ministério da Educação tem montada “uma máquina que vai permitindo, todas as semanas, dar respostas a muitas centenas de horários”.

Sobre a falta de professores, João Costa admitiu que é um problema com as aposentações a aumentarem, mas frisou que “há medidas que vão entrar em vigor no próximo ano, com o concurso maior” e que “vão permitir que, por exemplo, em Lisboa, em escolas de maior proximidade em que há horários pequenos, possa haver partilha de horários”.

Este ano, indicou, houve uma “retoma da normalidade” em relação à reutilização de manuais escolares, que não acontecia desde 2020. No entanto, nos primeiros anos de ensino (1.º ciclo) acabou, facto que o ministro justifica com a baixa taxa de reutilização.

“Analisámos as taxas de reutilização no 1.º ciclo e vimos que o 1.º e o 2.º ano tinham taxas de reutilização muito baixas, pela natureza dos manuais, que são manuais onde os alunos escrevem mais”, disse, acrescentando que este ano o 4.º ano também teve novos manuais e que os dados recolhidos permitiram concluir por uma também muito baixa reutilização no 3.º ano de escolaridade.

“Isto leva-nos a constatar que não vale a pena ter reutilização em cima de uma taxa [de reutilização] que é tão baixa”, disse.