O PSD desafiou o PS a deixar-se de “politiquices” e a baixar já este ano os impostos. Os socialistas não se fizeram rogados e responderam que o recado se tratava de um “número político”, pois, segundo o partido no Governo, o próximo Orçamento do Estado já prevê uma redução do IRS.
Na abertura do debate na Assembleia da República, com o tema, determinado pelo PSD, ‘Redução de Impostos’, o líder da bancada laranja, Joaquim Miranda Sarmento, elencou vário pontos que considera de relevância para o empobrecimento, e a que atribui responsabilidade ao Governo PS, sublinhando a “complexa e esmagadora carga fiscal”.
“Perante o esbulho fiscal, este debate é a derradeira oportunidade da maioria socialista dizer ao país se quer ou não baixar impostos já em 2023. O PS aceita ou não reduzir impostos, deixando-se de politiquices?”, questionou Miranda Sarmento.
Para o líder parlamentar do PSD, “o contrato social está comprometido” e acusou o Governo de prestar serviços públicos mínimos em áreas como saúde e educação, sublinhando que o Executivo de cobrar mais 2,2 milhões de euros, em sete meses, do que o valor previsto para o ano todo.
“O PSD tem uma alternativa equilibrada, devolver impostos às famílias sem pôr em causa contas públicas, o PSD quer dar mais liberdade financeira às famílias, mas o Governo não quer e não deixa”, salientou Miranda Sarmento.
Em resposta, o deputado do PS Ivan Gonçalves pergunta à bancada social-democrata por que dá agora prioridade ao IRS, quando, em 2022, colocava a descida do IRC como essencial. O socialista acusou ainda o PSD de propor enquanto oposição “o que nunca fez quando foi Governo”.
“É no Orçamento do Estado que devemos discutir a fiscalidade, O que está a fazer esta quarta-feira é um número político muito básico: quer aparecer numa foto de redução de impostos que já sabe que vai acontecer”, atirou Ivan Gonçalves.
Miranda Sarmento explicou que a alteração de prioridades se deve a “alteração de circunstâncias”, fruto do surto inflacionista, e lembrou que Luís Montenegro se candidatou à presidência do PSD, que viria a conquistas, prometendo dar prioridade à descida do IRS.
“É verdade que o PSD teve que aumentar impostos em 2002 e 2011, sabe porquê? Em 2002 gerimos o vosso pântano e em 2011 a vossa bancarrota”, atirou o deputado social-democrata.