Carta aos politicamente incorrectos

As suas teorias são absurdas e tentam justificar anormalidades de pequenos grupos de pessoas, como se fossem símbolos de virtudes e problemas cruciais da humanidade.

Meus amigos e minhas amigas,

Ou acordamos e reagimos com indignação contra esta nova vaga de inquisidores ou os nossos filhos e netos têm muito que penar.

Depois do comunismo, nazismo, fascismo,…o novo “ismo” do pós-modernismo é menos intuitivo, não apela tanto à “inteligência emocional”, mas talvez seja mais perigoso, porque tem uma capa adocicada de intelectualidade que o torna atractivo aos que se julgam mentes superiores.

As suas teorias são absurdas e tentam justificar anormalidades de pequenos grupos de pessoas, como se fossem símbolos de virtudes e problemas cruciais da humanidade. Não o são, embora quem as tenha mereça a nossa compreensão, respeito e até simpatia. Estou a pensar, principalmente, nas
pessoas homossexuais, privadas do amor maternal ou paternal que não pode ser substituído por qualquer outro tipo de afecto.

A rudimentar classificação dos partidos em extrema direita, direita, centro-direita, centro-esquerda, esquerda e extrema esquerda, cola o BE na extrema-esquerda e a actuação de alguns dos seus dirigentes e simpatizantes leva-me a considerá-lo representante do “wokismo”, ainda que, mea culpa, ainda não saiba muito bem o que é ser “woke”. Curioso, já comecei a ler o livro “TEORIAS CÍNICAS”, (300 pág…) que se propõe desmontar a “inconsistência das teorias identitárias,
racializadas e de género, que pretendem impor-nos uma nova Inquisição, ameaçando a democracia liberal e a liberdade de expressão”.

Eu que, desde 1974 tenho vindo a ter saudades do Estado Novo e de Salazar, que julgava que o socialismo socrático era o pior sistema possível para governar Portugal, tive que reconhecer que pior é possível e tentarei contribuir para que isso não aconteça.

O “racismo” nunca se notou nos campos de futebol, durante o Estado Novo. Os únicos gritos de protesto que ouvíamos era contra os árbitros, se ostensivamente prejudicavam a nossa equipa: GA-TU-NO, GA-TU-NO…

Nunca nos passaria pela cabeça ofender o Coluna, o Espirito Santo, o Matateu, o Vicente ou o Eusébio porque os víamos só como excelentes jogadores que eram….

Hoje, a FIFA sobrepõe-se e antecipa-se aos governos nacionais,criminalizando pretensas ofensas a jogadores e jogadoras, patrocinando campanhas contra um “racismo” que, pelo menos em Portugal, não existe, nem nunca existiu como sentimento generalizado no Povo e nos governantes. Mesmo as campanhas contra a violência só são justificáveis porque jogar futebol se tornou, não um jogo, meio divertimento, meio emprego temporário, mas uma maneira fácil e rápida para se ganharem fortunas e darem fortunas a ganhar a dirigentes corruptos…

A propósito do “beijo” que ofuscou a glória e a alegria da equipa de futebol feminina de Espanha, por ter ganho o Campeonato do Mundo, não resisto contar um episódio que não presenciei, mas que talvez retrate, a diferença entre os usos e costumes dos anos 20 do século passado e o que se passa nos nossos dias.

Era uma vez, uma jovem casadoira alentejana que tinha vindo, com os pais, de Moura para Lisboa para fugir à pobreza que grassava no Alentejo. Foram morar para Alfama, no Páteo do Marechal, perto da Sé, num prédio reconstruido onde hoje existe um Hotel. Quis o Destino, Deus, ou o Acaso que no mesmo prédio morasse também um rapaz, mais velho e também casadoiro, ela no segundo andar, ele no terceiro. Começaram a namorar. Uma noite, em que, não sei se por acaso ou por manobra de Cupido, se encontraram a subir as escadas, o jovem, aproveitando-se da escuridão e do isolamento, sem aviso prévio nem consentimento, rouba um beijo na boca à moça. Esta, assustada com o atrevimento, sacode-o e, instintivamente, com um bofetão decreta o fim do namoro. Felizmente, fizeram depois as pazes, reconciliaram-se e, passados uns dois anos, casaram.

Se assim não fora, eu não estaria aqui a lembrar os tempos em que as Mulheres mandavam nos Homens com carinho, ternura, astúcia e com vergonha, sem precisarem de com eles competir…