CDS acusa Governo de ser responsável pela falência do SNS e exige reforma

Segundo o CDS-PP, “o braço de ferro que o Governo mantém há mais de um ano e meio com os profissionais de Saúde, por culpa óbvia da tutela, é uma das principais razões para o agravamento do caos na Saúde em Portugal”

O CDS-PP acusou esta segunda-feira o Governo socialista de ser o responsável pelo pior momento do SNS desde a sua criação e exige uma reforma. Caso haja incapacidade do Executivo para tal, apela a uma intervenção decisiva do Presidente da República.

“O CDS-PP exige do governo uma reforma do SNS assente num novo modelo de gestão, na melhoria das condições globais de trabalho, contratações, dignificação salarial, e atualização de materiais e equipamentos”, lê-se num comunicado do partido.

“O que está a acontecer no SNS é de uma gravidade trágica, a que ninguém poderá ficar indiferente. Na ausência de medidas capazes do governo, o CDS-PP apela a uma intervenção decisiva do Presidente da República que a force, sob pena de consequências maiores no plano político”, acrescenta a nota enviada à comunicação social.

O texto assinado pelo presidente do CDS-PP, Nuno Melo, argumenta que “decorridos oito  anos de governo socialista, o SNS atingiu o pior momento desde a sua criação em 1979” e que a “incompetência do ministério da Saúde e do Governo, impede as reformas de que o SNS precisa e não dá respostas aos graves problemas que os profissionais de saúde enfrentam, colocando nessa medida em risco a saúde e a vida dos doentes”.

O comunicado do CDS-Partido Popular afirma que o “acesso das pessoas ao SNS é cada vez mais difícil e desigual” e lembra que um milhão e 600 mil portugueses estão sem médico de família, “muitos mais do que em 2016, quando o primeiro-ministro prometeu e garantiu que todos os teriam um ano depois, em 2017”.

A nota refere ainda o agravamento da listas de espera para consultas e cirurgias” de que depende o tratamento eficaz a doentes, mesmo em especialidades críticas, de que a oncologia é exemplo” e as respostas deficitárias de cuidados continuados e paliativos “com prejuízo da gestão global das redes de camas para doentes crónicos e agudos”.

O comunicado exemplifica ainda a “repetição de filas matinais em Centros de Saúde e o ritmo descontrolado de “ encerramento de urgências em dezenas de hospitais” para concluir que “o sistema atingiu o ponto de rutura em muitos hospitais, particularmente em algumas especialidades e urgências”.

Segundo o CDS-PP, “o braço de ferro que o Governo mantém há mais de um ano e meio com os profissionais de Saúde, por culpa óbvia da tutela, é uma das principais razões para o agravamento do caos na Saúde em Portugal” e por isso apela ao Executivo para “que ouça os profissionais de Saúde e tenha em consideração o interesse geral dos utentes”.