Pedro Sanchéz anuncia apoio a António Costa e ao PS

Na sexta-feira, na abertura do congresso, o presidente do PSE referiu-se também à demissão de António Costa e à investigação judicial que envolve membros do Governo.

O líder do partido socialista de Espanha (PSOE), enviou este sábado um abraço ao homólogo português, António Costa e manifestou apoio ao PS nas eleições de março em Portugal.

“Permitam-me que nas minhas primeiras palavras nesta intervenção envie um abraço em nome da família socialista europeia a um grande socialista, a um grande companheiro, António Costa”, disse Pedro Sánchez ao plenário do congresso do Partido Socialista Europeu (PSE). 

Em Málaga, Espanha, Sánchez acrescentou que “os companheiros socialistas portugueses sabem que podem contar com o PSOE e com todos os socialistas europeus para ganhar as próximas eleições em Portugal em 10 de março”.

“Temos de esperar e conhecer a história toda. Mas deixem-me dizer que a nossa família política está sempre do lado do Estado de Direito e sempre contra a corrupção. Estamos por isso chocados e tristes com estas notícias”, afirmou Stefan Löfven, antes de acrescentar que é preciso também “respeitar a presunção de inocência”.

“E deixem-me aproveitar esta oportunidade para agradecer a António Costa pelo trabalho e pelas conquistas incríveis como primeiro-ministro. Quero elogiar a sua liderança e a coragem em demitir-se para preservar a dignidade do cargo, mesmo sem ter sido acusado”, acrescentou Stefan Löfven. 

Portugal vai ter eleições legislativas a 10 de março, marcadas pelo Presidente da República, na sequência da demissão do primeiro-ministro, na terça-feira. António Costa é alvo de uma investigação do Ministério Público (MP) no Supremo Tribunal de Justiça, após suspeita num processo relacionado com negócios sobre o lítio, o hidrogénio verde e um centro de dados em Sines terem invocado o nome do primeiro-ministro como tendo intervindo para desbloquear procedimentos. No dia da demissão, Costa recusou a prática “de qualquer ato ilícito ou censurável”.

Stefan Löfven considerou na sexta-feira que um dos momentos mais importantes para os socialistas europeus dos últimos meses ocorreu precisamente em Espanha, com o resultado das eleições de 23 de julho e “a prova” de que é possível derrotar o populismo e os partidos reacionários.

O PSOE, o segundo mais votado nas eleições, fechou na sexta-feira os para a formação de um governo com oito partidos e que deverá reconduzir Pedro Sánchez como primeiro-ministro na próxima semana.