O Ministério Público reconheceu este domingo o lapso na transcrição de uma escuta a Diogo Lacerda Machado, onde é referido o ministro da Economia, António Costa Silva, mas transcrito apenas António Costa, o primeiro-ministro.
“Foi o dr. Lacerda Machado que deu sinal ao Ministério Público que havia efetivamente esse lapso e o Ministério Público reconheceu”, disse o advogado de Lacerda Machado, Magalhães e Silva, aos jornalistas à entrada para o tribunal, no Campus de Justiça, em Lisboa.
Em causa está a escuta a uma chamada telefónica entre o ex-administrador da Start Campus Afonso Salema e Diogo Lacerda Machado, consultor da empresa, em que o primeiro pede ao segundo que aborde o Governo para que interceda numa alteração em matéria de códigos de atividade económica para os centros de dados.
“O que o dr. Lacerda Machado diz é que, se for com o Ministério das Finanças, fala com Fernando medina, se for Economia ‘arranjarei maneira de falar’ – e o que está transcrito – com António Costa. Ora isto é absurdo, o dr. Lacerda Machado, se quer falar com o dr. António Costa pega no telemóvel e liga-lhe, o que estava em causa era falar com o ministro da Economia, António Costa Silva”, explicou o advogado.
Magalhães e Silva aponta que, na escuta, ouve-se o “Silva” e que esta era a única escuta na indiciação em que Lacerda Machado fazia referência direta ao primeiro-ministro, António Costa.
“Os lapsos, quando são involuntários, não têm, obviamente, gravidade nenhuma sob o ponto de vista subjetivo, têm apenas gravidade sob o ponto de vista objetivo. Se foi intencional ou não, eu não faço essa injúria ao Ministério Público”, afirmou o advogado de Lacerda Machado.