IL pede demissão de Centeno e aceleração do calendário eleitoral

Rui Rocha defendeu que legislativas antecipadas poderiam ser em fevereiro, “mais cedo do que tarde”

A Iniciativa Liberal (IL) defendeu esta segunda-feira a demissão do governador do Banco de Portugal (BdP) e considerou que o primeiro-ministro não pode continuar em funções até março, pedindo uma aceleração do calendário das eleições antecipadas.

“Mário Centeno, neste momento, só tem um caminho a seguir, que é abandonar a função que tem de governador do Banco de Portugal”, afirmou o presidente da IL. Aos jornalistas, Rui Rocha defendeu que o que o governador do BdP fez é “gravíssimo” em dois aspetos.

“Primeiro, tentando arrastar o senhor Presidente da República para uma versão dos factos que depois veio a público ele próprio Mário Centeno desmentir; segundo, porque o simples facto de admitir a possibilidade de integrar um governo nesta situação põe em causa a sua independência nas funções”, argumentou em comunicação no Parlamento.

O presidente da IL defendeu ainda que o primeiro-ministro “não tem condições para terminar o mandato com dignidade”, considerando que o calendário para as eleições antecipadas – marcadas pelo Presidente da República para 10 de março – é demasiado longo.

“Não podemos continuar com esta situação que é um verdadeiro lamaçal de degradação das instituições, à vista dos portugueses”, salientou, Rui Rocha, desafiando Marcelo Rebelo de Sousa a que “antecipe este calendário e que tome uma posição clara sobre a permanência de António Costa em funções”.

O líder liberal defendeu que legislativas antecipadas poderiam ser em fevereiro, “mais cedo do que tarde” e que o chefe de Estado “ainda está a tempo de começar a resolver esta situação”, salientando que os “portugueses não merecem assistir à degradação das instituições praticamente hora a hora, momento a momento, e com episódios que se acrescentam sobre episódios que já seriam por si lamentáveis”.

Rui Rocha apontou ainda que “aquilo que está a acontecer demonstra que o país não pode estar nas mãos de António Costa mais cinco meses” e acusou o primeiro-ministro de querer “interferir com o caminho da justiça”, questionando “como é que um governo nestas condições pode continuar” em funções.