Com mais de 115 menores mortos por dia Gaza é “o lugar mais perigoso para ser criança”

Nos últimos 17 anos, em conflitos anteriores, morreram um “total de 1653 crianças”.

Esta quarta-feira, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), declarou a Faixa de Gaza como o “lugar mais perigoso do mundo para se ser criança”, sendo que cerca de 115 menores foram mortos diariamente no território desde em 46 dias de guerra.

A diretora executiva da Unief, Catherine Russel, numa reunião do conselho de segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) que as crianças representam 40% das mortes em Gaza. Esta reunião tinha como objetivo abordar os “desenvolvimentos profundamente preocupantes no Território Palestiniano Ocupado e o grave impacto nas mulheres e criança”.

“Mais de 5300 crianças palestinianas terão sido mortas em apenas 46 dias… ou mais de 115 por dia, todos os dias, durante semanas e semanas. Com base nestes números, as crianças são responsáveis por 40% das mortes em Gaza. Isto é sem precedentes. Por outras palavras, a Faixa de Gaza é o lugar mais perigoso do mundo para ser criança”, afirmou Catherine Russel.

A diretora executiva explicou também que o “número de mortes na atual crise ultrapassou em muito o tal de mortes durantes escaladas anteriores”, nomeadamente, nas últimas escaladas, deu-se um “total de 1653 crianças mortas em 17 anos de monitorização”.

A dirigente da Unicef explicou que, um milhão de crianças, todas aquelas dentro do território, sofrem agora de insegurança alimentar, enfrentando uma possível “crise nutricional catastrófica” e, além do mais, também se tem notado um aumento dos casos de diarreia e infeções respiratórias, em menores de 5 anos.

 Em Gaza, os efeitos da violência contra crianças “foram catastróficos, indiscriminados e desproporcionais” e, quando a guerra terminar, a contaminação por resíduos explosivos “será sem precedentes, com potencialmente dezenas de milhares de resíduos espalhados por Gaza e mais além”, numa ameaça “letal para as crianças que poderá durar décadas”, alertou.