O secretário-geral do PCP admitiu, esta quarta-feira, iniciar de imediato as negociações para um acordo com o PS, caso os socialistas viabilizem os projetos de alteração da legislação laboral, debatidos esta quarta-feira na Assembleia da República.
“Fecho acordo se o Partido Socialista acompanhar as nossas propostas na Assembleia da República. Vamos ver qual é a posição do Partido Socialista sobre isso, essa é a grande questão, o resto é só para a gente andar aqui a fazer cenários que não têm consequência nenhuma na vida das pessoas”, afirmou Paulo Raimundo.
Em causa estão quatro projetos de alteração da legislação laboral, nomeadamente em matéria de contratação coletiva, regulamentação do trabalho por turnos e valorização de quem trabalha por turnos e o fim dos cortes às horas extraordinárias.
Paulo Raimundo sublinhou que os atuais regimes foram “feitos pelo Governo PSD/CDS-PP que o Governo socialista não quis repor”.
“O que eu ouvi das declarações de Pedro Nuno Santos ainda durante a campanha eleitoral do Partido Socialista foi que devíamos manter estabilidade na legislação laboral, o que significa instabilidade da vida destas pessoas”, disse Paulo Raimundo, salientando que esta “é uma boa oportunidade para clarificar quais são os caminhos que cada um quer e a resposta condiciona aquilo o que vai ser amanhã”.
Para o líder comunista, “o Partido Socialista é só um e não vale a pena pensar que vem daí alguma solução para as nossas vidas”. Paulo Raimundo aproveitou ainda para apelar ao reforço da votação no PCP.