O Partido Socialista (PS) já reagiu à crise instalada na Madeira com a renúncia de Miguel Albuquerque à presidência do Governo Regional. Os socialistas defendem eleições regionais antecipadas a prazo, recusando uma solução de continuidade “dissonante” da prática introduzida pelo Presidente da República com a convocação de legislativas para 10 de março.
Num comunicado enviado à Agência Lusa, o presidente dos socialistas, Carlos César, falou sobre a possibilidade de ser nomeado um novo Governo Regional da Madeira até ao final da legislatura, sem recurso a eleições antecipadas.
“Como tem sido salientado pelo PS/Madeira – e independentemente do tempo e espaço próprios da investigação criminal e das suas conclusões -, importa que as autoridades nacionais, a quem incumbe intervir, anunciem o que farão face à cessação de funções do atual Governo, e, sem outras hesitações, anunciem com clareza o procedimento que irá ser adotado quando o Presidente da República já terá ao seu dispor a faculdade de determinar a realização de eleições antecipadas”, escreveu Carlos César.
Deste modo, o PS considera que “a escolha de uma solução alternativa de liderança para levar a legislatura da Assembleia Regional até ao final é uma solução precária e dissonante da prática introduzida recentemente na abordagem pelo senhor Presidente da República no processo que levou às eleições do próximo dia 10 de março”.
“A situação crida exige, em benefício da credibilidade da democracia, que a palavra seja dada aos madeirenses e aos porto-santenses em eleições regionais”, diz ainda a nota.
A direção nacional do PS não pode deixar de manifestar o seu apoio às posições que têm sido transmitidas pelo PS da Madeira, face à crise política e institucional que assolou aquela região na sequência das acusações de corrupção a diversos dirigentes do PSD, entre os quais o presidente do Governo Regional e que motivou a sua demissão”.
“Estamos em presença de uma crise suscitada por motivos gravíssimos relacionados com decisões tomadas pelo Governo Regional da Madeira e por outros responsáveis de outros níveis de poder, que destroem a credibilidade e a segurança dos atos futuros de gestão pública daquelas entidades”, salientou o partido.