Reciprocidade, mas só se for favorável ao PS

Pedro Nuno só viabilizará o PSD se não tiver alternativa, ganhe ou perca.

Depois de ter lançado aquilo que parecia uma novidade no debate com Luís Montenegro, Pedro Nuno Santos já teve três versões sobre o que fará no pós-eleições.

Aquilo que parecia ser um regresso à normalidade pré-2015, ou seja, deixar que o partido mais votado governe, afinal não era. Logo na terça-feira, o líder socialista reinterpretou o seu anúncio e deixou claro que, se conseguir formar maioria à esquerda, assume o poder, ganhe ou perca as eleições.

Voltámos ao cenário pós-geringonça, o que na prática dispensa qualquer viabilização do PSD. Mas, apesar disso, Pedro Nuno insiste numa posição de Montenegro e acabou por anunciar que poderia voltar atrás na viabilização anunciada de um governo minoritário da AD, caso não haja reciprocidade por parte do PSD.

Foi a terceira versão e a mais inconsistente por parte do líder do PS. É que Pedro Nuno só viabilizará o PSD se não tiver alternativa, ganhe ou perca, e acaba por exigir a Montengro que viabilize um governo socialista com ou sem maioria no Parlamento. O PSD, obviamente, não responde.