Pedro Nuno Santos reagiu, esta quarta-feira, às declarações de Paulo Núncio, vice-presidente do CDS e candidato da Aliança Democrática (AD), que defendeu, ontem, que “a única forma” de reverter o direito ao aborto é pela via de um referendo.
“Eu não posso ignorar que temos a AD a defender o referendo ao aborto. Não podemos fazer de conta que não aconteceu”, disse o candidato socialista, no fim da visita ao Startup Leiria, esta manhã.
“É uma coligação; quem trouxe Pedro Passos Coelho não fui eu, foi a AD. Quem faz a coligação com o CDS não fomos nós, foi o líder do PSD. Somos responsáveis por quem trazemos para a nossa campanha”, rematou.
Pedro Nuno disse ainda que, com a AD, há um risco de voltar ao passado: “Voltar para onde? Ao tempo da prisão, do risco de vida para a mulher, da criminalização?”.
Paulo Núncio falava num debate promovido, na terça-feira, pela Federação Portuguesa pela Vida (FPV), em que também participou o vice-presidente do Chega, Pedro Frazão.
“Depois de a liberalização ter sido aprovada por referendo, embora não vinculativo, mas com significado político, é muito difícil reverter a lei apenas no Parlamento. Acho que a única forma revertermos a liberalização da lei do aborto passa por um novo referendo”, defendeu o número quatro da lista da AD por Lisboa.