O fenómeno José Castelo Branco é deprimente há anos, mas agora que se começa a destapar a careca é-o ainda mais. Não vou falar nas supostas agressões, mas o que vejo nas televisões deixa-me banzado. E, se há assuntos que podem ser discutidos com a insustentável leveza do ser, há outros onde a informação não pode, de todo, ser confundida com entretenimento. Ver umas abelhinhas a tentar fazer notícias nos seus programas de variedades não deve ser proibido, mas, neste caso, quase que concordo com os movimentos woke: esses programas deviam ter um enquadramento sério…
Brincadeiras à parte, só um país muito triste é que se diverte com um tonto que se faz passar por comerciante de arte. Será que alguém já viu a dita figura a vender alguma coisa? Mandaram-me fotos que espero que sejam mentira, pois se é verdade que um GNR andou a transportar as malas chiques do artista, então é porque este país bateu no fundo.
Mudando de assunto: se Marcelo Rebelo de Sousa não tem andado nada bem, o Chega quis imitá-lo e anunciou que o vai acusar de traição à pátria. Será que André Ventura está à espera de conseguir mais uns milhares de votos no mundo dos chamados retornados? Já se sabe que o líder do Chega, muitas vezes, não diz verdadeiramente o que pensa, mas sim o que acha que lhe dá votos. Neste caso, acho que deu um tiro no pé.
Continuando a girar nos assuntos, o que dizer de Nuno Melo, ministro da Defesa? O homem cada vez que abre a boca só ‘enterra’ Luís Montenegro. Não tem sentido de Estado e parece um queque da Foz a falar de assuntos sérios.
Agora algo completamente diferente: futebol. O presidente da Federação Portuguesa de Futebol devia ganhar um prémio de inabilidade, para não dizer outra coisa… Como é possível o Campeonato de Futebol de Portugal, o equivalente à antiga terceira divisão, estar praticamente parado três meses para a maioria dos clubes? É que os que não podem entrar na subida de divisão, fecham as portas ao público mas terão de pagar os ordenados de dez meses. Onde irão buscar verbas para isso? É certo que o Campeonato de Portugal não merece ser notícia de telejornal, mas há largas centenas de jogadores, supostamente profissionais, que ficam de férias grandes forçadas e sem receberem. Isto faz algum sentido?
P.S. A história do miúdo português que incentivou, através das redes sociais, outros a praticarem atos hediondos é assustadora. Mas mais assustador é saber que há quem pague para ver as vítimas a sofrer. O mundo é cruel, não tenhamos muitas dúvidas.