Ana Miguel Pedro é o rosto que o CDS leva para Bruxelas

É dirigente do CDS, mas o seu percurso fez-se todo nos corredores de Bruxelas, onde nos últimos 12 anos negociou nas várias instituições da UE em nome de Nuno Melo.

Desconhecida no meio político nacional, mas muito conhecida nos corredores de Bruxelas, Ana Pedro é a mulher que vai ocupar o lugar do CDS no Parlamento Europeu.

Nos últimos 12 anos foi «uma extraordinária colaboradora» de Nuno Melo. As palavras são do próprio líder do CDS, que aceitou há 12 anos Ana Pedro para um estágio no seu gabinete no Parlamento Europeu e rapidamente percebeu que tinha ao seu lado uma assessora preciosa que a pouco e pouco foi também fazendo o caminho da política. Hoje em dia, Ana Pedro faz parte dos órgãos dirigentes do CDS e «é um dos quadros mais qualificados do partido», garante o presidente dos centristas.

Com mais de uma década de trabalho em Bruxelas, Ana Pedro conhece não só o trabalho dos deputados, como tem vasta experiência na colaboração com as outras instituições europeias, o Conselho e a Comissão. A ela coube a tarefa de trabalhar muitas diretivas que exigiram o trabalho conjunto de representantes das três instituições. «Sei que serei uma mais-valia para o interesse português, pela experiência e contactos acumulados», diz ao Nascer do SOL Ana Pedro.

A gestão da água, «ponderando que Portugal é o país mais afetado pelas alterações climáticas», o direito de veto «para salvaguarda dos nossos interesses estratégicos» e «a defesa da língua portuguesa como uma das grandes ferramentas da UE» são algumas das prioridades que leva para Bruxelas como deputada europeia.

O seu trabalho nas instâncias europeias nos últimos anos incluiu a participação, em representação de Nuno Melo, em diversos processos legislativos. Um destes processos foi a criação da Ordem Europeia de Investigação, que revolucionou a produção e recolha de meios de prova em investigações criminais nos países da UE. Foi ao abrigo deste novo quadro normativo que foram possíveis as buscas que as autoridades judiciais alemãs executaram recentemente em solo português. Em causa estavam novas investigações relacionadas com o desaparecimento de Madeleine (’Maddie’) Mcann. Na altura, decorriam investigações que associavam um cidadão alemão ao desaparecimento da menina inglesa, os investigadores procuravam provas numa barragem a sul do país onde suspeitavam que o corpo de Maddie pudesse estar enterrado.