O Exército israelita atribuiu esta terça-feira o incêndio que matou 45 pessoas num campo de deslocados em Tal al-Sultan, no oeste de Rafah, à explosão de munições armazenadas em instalações do movimento terrorista Hamas próximas das que bombardeou.
“Foi um incidente devastador que não esperávamos que acontecesse. O nosso Exército lançou 17 quilos de explosivos, a quantidade mínima que os nossos aviões de combate podem lançar. As nossas munições, por si sós, não podem ter causado aquele incêndio devastador”, declarou o porta-voz do Exército de Israel. Daniel Hagari acrescentou que a investigação ainda continua.
O ataque israelita, ocorrido no domingo à noite e cujos alvos eram alegadamente dois altos responsáveis do Hamas foi classificado por Israel como “um trágico acidente”, que se deu apesar de “todas as precauções tomadas para evitar danos à população civil não-envolvida e usando a quantidade mínima de explosivos”.
Durante a madrugada, a artilharia israelita também efetuou disparos perto dos armazéns da UNRWA (Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina) no centro de Rafah, matando sete pessoas e ferindo 15.
Fontes médicas palestinianas acrescentaram que outros 13 habitantes da Faixa de Gaza foram mortos horas depois noutro bombardeamento, às portas do hospital de campanha norte-americano entre Rafah e Khan Yunis, no sul daquele território palestiniano.
Gaza é há oito meses palco de uma guerra de Israel contra o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas), que ali se encontra no poder desde 2007.
Israel iniciou a sua operação militar em Rafah a 06 de maio e, desde então, mais de um milhão de pessoas fugiram da cidade, que até então albergava cerca de 1,4 milhões de deslocados.
A comunidade internacional apelou a Israel para que não invadisse a cidade, para evitar uma catástrofe humanitária, mas o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, insistiu que era essencial para ganhar a guerra, uma vez que quatro batalhões do Hamas ali permaneciam entrincheirados.
Israel declarou a 07 de outubro do ano passado uma guerra na Faixa de Gaza para “erradicar” o Hamas depois do grupo terrorista, horas antes, ter realizado em território israelita um ataque de proporções sem precedentes, matando mais de 1.170 pessoas, na maioria civis.