A Federação Nacional dos Médicos (Fnam) disse, esta quarta-feira, que o Plano de Emergência da Saúde, apresentado pelo Governo, é um conjunto de medidas vazias que precarizam mais a profissão.
Joana Bordalo e Sá, dirigente sindical, explicou, citada pela Lusa, que estas medidas temporárias apenas existem porque o Serviço Nacional de Saúde (SNS) está em rotura, não sendo medidas que preveem uma reestruturação do setor.
O Executivo liderado por Luís Montenegro apresentou, esta quarta-feira, o seu Plano de Emergência da Saúde, onde se encontram medidas como a criação de centros de atendimento clínico para atender situações agudas de menor complexidade e urgência, a criação de 20 unidades de saúde familiar para 180 mil utentes, atribuição de incentivos para cirurgias oncológicas ou um canal de atendimento direto para grávidas.
A dirigente da Fnam lamenta que estas medidas sejam “baseadas em incentidos” e admite que vai “criar mais desigualdades” e “desestruturação das equipas”.
O Governo, diz Joana Bordalo e Sá, está a “convidar mais trabalho extraordinário e também mais trabalho precário”. Relativamente ao envolvimento, no plano, dos privados e do setor social, a presidente do Fnam diz que não é novidade, sendo que ambos sempre estiveram envolvidos e já recebem muios milhões de euros por ano.
“Para isso há disponibilidade financeira mas não há disponibilidade para investir no SNS”, rematou.
Joana Bordalo e Sá lamenta que os médicos permanecam como os profissionais mais mal pagos da União Europeia (UE) e alerta que as medidas apresentadas pelo Governo vão levar a mais fuga dos quadros, seja para o estrangeiro, seja para o setor privado.
A dirigente assegura que a Fnam irá continuar “a lutar para melhorar a situação dos médicos” e por um SNS “público, acessível e universal”, referindo que isso se faz “na mesa negocial”.