Quem ainda se lembra do tempo em que António Costa segurava o chapéu de chuva a Marcelo Rebelo de Sousa no 10 de junho em Paris tem agora de habituar-se a ver o Presidente de braço dado com outro protagonista.
Depois de longos meses em que o chefe de Estado se viu envolvido em várias polémicas, desde as críticas socialistas por ter dissolvido o Parlamento até à conversa comprometedora durante um jantar com a imprensa estrangeira em que atribuiu o epíteto de ‘oriental lento’ a António Costa e ‘rural urbano’ a Luís Montenegro, Marcelo quer agora voltar ao registo de conciliador da política nacional.
Para cumprir o objetivo e para evitar ter de voltar a dissolver o Parlamento, tornando-se o campeão das dissoluções em Belém, o Presidente está empenhado em surgir ao lado de Montenegro, até porque o primeiro-ministro começa a ter as suas primeiras sondagens positivas. Marcelo procura uma aliança win-win, segura Montenegro e recupera a popularidade perdida com o regresso ao papel de garante da estabilidade.