André Ventura anunciou, esta terça-feira, que vai propor uma audição, na Assembleia da República (AR), do ex-primeiro-ministro António Costa, para prestar explicações aos deputados, na sequência de notícias de que terá dado indicação para o despedimento da ex-CEO da TAP.
Em declarações aos jornalistas, Ventura adianta que o requerimento já foi entrege na Comissão de Economia Obras Públicas e Habitação.
O Chega entende que é necessário “chamar com urgência” António Costa ao parlamento “para explicar qual foi o seu papel neste despedimento, quais foram os reais motivos e interesses por detrás deste despedimento e se é verdade, conforme as conversas indiciam e as escutas esta terça-feira reveladas demonstram, que houve motivações absolutamente políticas de cálculo e tática eleitoral na forma como foi despedida a antiga CEO da TAP”.
André Ventura pretende confrontar o ex-líder do Executivo socialista “com o que disse na altura, enquanto primeiro-ministro, e que não bate certo com estas declarações”.
O líder do Chega anunciou ainda que o seu partido vai pedir também o levantamento de “declarações feitas na comissão de inquérito da TAP, para enviar para o Ministério Público tudo o que configurar o crime de falsas declarações e de mentiras ditas ao parlamento, quer pelo Partido Socialista, quer por antigos membros da TAP, quer especialmente por antigos membros do Governo”.
A CNN Portugal divulgou, esta terça-feira, uma escuta, da Operação Influencer, onde António Costa conversa com o ex-ministro João Galamba, e afirma que Christine Ourmières-Widener teria de sair da liderança da TAP por razões políticas, por forma a conter eventuais danos para o Governo.
Ventura considera que “os elementos de conversação que ficaram disponíveis esta terça-feira mostram uma coisa para lá de toda a evidência, que o despedimento da antiga CEO da TAP teve motivações políticas e não, ao contrário do que disseram os então membros do Governo Fernando Medina e João Galamba, motivações técnicas sustentadas nos relatórios e sobretudo sustentada na auditoria”.
“Isto significa que o Governo mentiu aos portugueses, significa que o então primeiro-ministro mentiu aos portugueses e que o que fez foi criar um artifício que levasse a um despedimento rápido da antiga CEO da TAP para se livrar daquilo que ele chamou o inferno político de então”, sustentou.