Tal como Nascer do SOL tinha avançado, as duas propostas de alteração dos estatutos da Iniciativa Liberal, uma do Conselho Nacional e outra do que se pode considerar oposição interna, foram chumbadas, por duas vezes.
Nenhuma das propostas conseguiu os 2/3 dos votos necessários, o que significa que os estatutos vão continuar tal e qual como estavam.
Os militantes que votaram, ao que parece, quiseram dar um cartão vermelho a ambas as ‘equipas’.
Recorde-se que uma das propostas foi avançada por Miguel Ferreira da Silva (o primeiro presidente da Iniciativa Liberal), Tiago Mayan (ex-candidato à Presidência da República e que entretanto avançou com Manifesto Unidos pelo Liberalismo), José Cardoso (que avançou na corrida à liderança da Iniciativa Liberal – e que já saiu da IL e anunciou a criação de um novo partido) e Hugo Condessa (ex-candidato a líder do núcleo do Porto). A outra foi avançada pelo grupo de trabalho estatutário.
O Nascer do SOL já tinha chamado a atenção para o risco de as duas propostas chumbarem, uma vez que há militantes que não se sentem representados por nenhuma, o que parece ter vindo a confirmar-se. “Ambas as propostas não resolvem absolutamente nada de estrutural no partido. É uma oportunidade perdida gigantesca de ambos os lados. E é uma falta de visão estratégica sobre aquilo que o partido deve ser agora e no futuro”, disse um conselheiro, ainda antes da votação e consequente chumbo.
Assim como antecipou, ao Nascer do SOL, o mesmo conselheiro, nenhuma das propostas chegou à maioria qualificada de dois terços, e Tiago Mayan, que reuniu o apoio de 400 subscritores para o seu manifesto, não conseguiu agora os 228 votos de que precisava..
Para alguns militantes, ouvidos pelo nosso jornal, a solução seria fazer os estatutos do zero, apostando numa reforma “verdadeiramente estrutural” ao partido. “Diria que ambas as propostas são extremamente limitadas naquilo que impacta de forma estrutural o funcionamento do partido, tendo em conta a nova realidade e o partido que está representado em todos os parlamentos e quer vir a ter expressão local, nacional e europeia”.
Outra das críticas feitas por vários militantes diz respeito à realização de sessões paralelas com tópicos não relacionados com a convenção, ou seja, com a discussão dos estatutos e do programa político. Um desses exemplos é a hipótese de construir o seu próprio outdoor. “Muitos temos a opinião de que isto é uma forma da comissão executiva distrair face ao essencial da Convenção. São dois documentos extremamente importantes, mas quem organizou esta Convenção, imagino que tenha sido a comissão executiva, acha mais importante estar a discutir outdoors do que ter mais sessões e fazer mais esclarecimentos, quer em relação ao programa politico, quer em relação aos estatutos. Estas sessões não se realizam ao mesmo tempo do que as sessões plenárias, ainda assim, é bizarro porque estão a encurtar o tempo do debate”, salientaram.