A Federação Nacional dos Médicos (Fnam) inicia, esta terça-feira, uma greve geral de dois dias. Começa também uma paralisação ao trabalho suplementar nos cuidados de saúde primários que se prolonga até 31 de agosto.
“A Fnam não teve outra alternativa. Isto é uma luta na defesa dos doentes e também da nossa profissão, face à intransigência e inflexibilidade por parte do Ministério da Saúde”, disse à agência Lusa a presidente da força sindical, Joana Bordalo e Sá.
A dirigente acusa o Governo de não acautelado a “questão das grelhas salariais”.
“O Ministério da Saúde (…) atirou isso para 2025 quando nós entendemos que, a par com os temas que eles queriam discutir, tínhamos de iniciar urgentemente a revisão das grelhas salariais”, afirmou.
“Entendíamos que a discussão tinha de se iniciar o quanto antes para estar resolvida até ao fim de setembro para podermos inscrever isto no Orçamento do Estado, mas não foi aceite pelo Ministério da Saúde de todo. E nós entendemos que os temas que eles queriam negociar, apesar de nós termos aceitado, não carecem de estarmos meses e meses, mais de meio ano, a discutir”, acrescentou Joana Bordalo e Sá.
Além da reposição do período normal de trabalho semanal de 35 horas e a atualização da grelha salarial, as reivindicações da Fnam incluem a integração dos médicos internos na categoria de ingresso na carreira médica e a reposição dos 25 dias úteis de férias por ano e de cinco dias suplementares de férias se gozadas fora da época alta.
No entanto, a dirigente sindical disse que “o Ministério da Saúde, de Ana Paula Martins, é querer estar a discutir” e a “empurrar com a barriga estes temas”.
A Fnam concentrações agendadas para esta terça-feira no Porto, junto ao Hospital São João, em Coimbra, no Hospital Geral dos Covões, e em Lisboa, em frente ao Hospital de Santa Maria.