O primeiro-ministro disse, esta quarta-feira, que o Governo não pode garantir “de um mês para o outro” que haverá professores para todos os alunos, na sequência do início do novo ano letivo.
“Fazer tudo isto é preparar o país para as próximas décadas, é olhar para ações que muitas delas não têm efeito imediato”, disse Luís Montenegro, em declarações aos jornalistas.
“Infelizmente, sr. ministro da Educação, apesar de todos os esforços que estamos a fazer e vamos continuar a fazer, não estamos em condições de poder dizer que, de repente, de um mês para o outro, já vai haver professores em todas as escolas e a todas as disciplinas e não vai haver alunos a serem prejudicados por não terem professores pelo menos a uma disciplina”, disse ainda o governante.
O primeiro-ministro falava na assinatura de acordos entre Governo, ordens profissionais e ensino superior. O executivo anunciou que os acordos se traduzem em mais 709 camas para o alojamento estudantil e na criação de cheques-psicólogo e cheques-nutricionista para estudantes do ensino superior.
Da mesma forma, acrescentou, o Governo também não está em condições de dizer que “todos os estudantes que concorreram a um curso no ensino superior vão ter alojamento a um custo comportável para as suas carteiras”.
No entanto, disse, se o executivo “for solucionando problema a problema com uma visão transversal a comandar” poderá ir reduzindo as desigualdades no acesso ao ensino, problema que disse inquietá-lo como primeiro-ministro.
“É repugnante, do ponto de vista cívico, que uma pessoa, um jovem, um aluno possa batalhar 12 anos da sua vida em busca de determinado resultado académico (…) e não o consiga concretizar por não ter condições para alojar perto da instituição. É injusto e não podemos permitir que isso aconteça”, defendeu.