Ex-ministro acusa Governo de mentir sobre número de alunos sem aulas

João Costa diz que Executivo está a inflacionar a quantidade de alunos sem professores no início do ano letivo passado.

O antigo ministro da Educação João Costa acusa o Governo de inflacionar o número de alunos sem aulas no início do ano letivo.

“O atual Ministério da Educação, Ciência e Inovação (MECI) tem repetido um número que alegadamente seria de alunos sem professor de 324.228 e que, objetivamente, não corresponde à verdade”, disse o ex-governante, na audição na comissão parlamentar de Educação e Ciência, pedida pelo Chega a propósito de alegadas irregularidades na colocação de professores.

“No final da segunda reserva de recrutamento, os alunos sem professor a, pelo menos, uma disciplina, eram 72.894”, garantiu João Costa, rejeitando o número de mais de 324 mil que o Governo tem apontado.

“O que me preocupa é se este número não está a ser inflacionado para, depois, se apresentar como um grande resultado uma redução com base num número que não é real”, acrescentou.

O objetivo do Governo é reduzir em 90% o número de alunos sem aulas a pelo menos uma disciplina durante o 1.º período em relação a 2023/2024, que, segundo o MECI, rondou os 21 mil.

Mas, segundo João Costa, estes números também estão empolados. O ex-ministro citou dados da DGEstE que indicam que faltavam professores a cerca de 15 mil alunos no final do 1.º período letivo e que apenas dois mil chegaram a dezembro sem ter tido aulas a, pelo menos, uma disciplina.

“O cumprimento do objetivo, se for face aos alunos que estavam com carência de professores no final do 1.º período, implicará que o número será de apenas 1.500; se for face aos alunos de alunos que não tinham aulas desde o início do 1.º período, se forem mais de 200 alunos, o Governo não terá cumprido a sua meta, e eu desejo profundamente que o Governo cumpra a meta para bem dos alunos”, disse o antigo governante.