O primeiro-ministro e o secretário-geral do PS vão reunir-se na próxima sexta-feira, dia 27, às 15h00, para debater o Orçamento do Estado para 2025 (OE2025).
A informação foi este domingo confirmada pelo Governo, cerca de uma hora depois de Luís Montenegro ter enviado um comunicado às redações a acusar Pedro Nuno Santos de “indisponibilidade recorrente” para uma reunião sobre o documento, alegando estar a tentar marcar uma reunião desde 4 de setembro.
O PS também confirmou a data da reunião depois de também ter enviado um comunicado a contestar as alegações do Executivo.
“O primeiro-ministro está, desde 4 de setembro, a tentar marcar uma reunião com o secretário-geral do Partido Socialista. Porém, até agora isso não aconteceu devido à indisponibilidade recorrente do secretário-geral do Partido Socialista”, refere o comunicado do Executivo.
A mesma nota refere que essa reunião entre os dois “chegou a estar agendada para o passado dia 18, tendo o primeiro-ministro reiterado disponibilidade para manter a reunião, não obstante ter cancelado todos os outros compromissos (…), devido ao foco necessário para acompanhar a situação dos incêndios”.
“No entanto, o Secretário-Geral do Partido Socialista desmarcou essa reunião”, diz o comunicado, acrescentando que “desde esse dia foram oferecidas disponibilidades para reunir” mas, Pedro Nuno Santos “transmitiu apenas ter disponibilidade a partir do dia 27, 23 dias depois do pedido de reunião da iniciativa do primeiro-ministro”.
“Esta explicação visa terminar com especulações e esclarecer devidamente os portugueses que se interrogam acerca do impasse em que se encontra o diálogo entre o Governo e o principal partido da oposição, esperando que ele se ultrapasse o mais cedo que for possível”, refere o texto.
Já ao final deste domingo, o PS respondeu a lamentar “o comunicado incompreensível e inaceitável enviado pelo Primeiro-Ministro relativamente ao processo negocial do Orçamento do Estado para 2025”, afirmando que “este tipo de comunicação só pode ser o de desviar a atenção dos outros temas que estão a marcar a atualidade (…) e de criar indesejável instabilidade política”.
“Não existe por parte do Partido Socialista qualquer hesitação e o partido tem sempre mantido total discrição”, garante o comunicado do PS e que “a bem da transparência, e só porque importa repor a verdade, o Governo sugeriu a realização de reuniões em dois momentos entre o Primeiro-Ministro e Secretário-Geral do PS, reuniões essas que não tiveram lugar”.
Segundo o PS, “da primeira vez, a reunião não aconteceu porque não haviam sido enviados a tempo os dados sobre as contas públicas exigidos pelo Secretário-Geral do PS para se iniciar o processo negocial” e da “segunda vez, na passada quarta-feira, o Governo recuou na marcação da reunião quando o PS exigiu que da mesma fosse dada conhecimento público prévio”.