INEM. Bloco de Esquerda pede demissão da ministra da Saúde

“Estamos a regatear trocos em troca da saúde de quem vive em Portugal”, afirmou dirigente do BE, sublinhando que “quem marcou a greve nunca virou as costas a quem mais precisa”.

A dirigente do Bloco de Esquerda defende que a ministra da Saúde deve assumir as suas responsabilidades na crise do INEM e que “isso significa uma demissão”.

“É óbvio que a ministra se devia demitir e devia-se demitir por uma razão muito simples, tinha conhecimento, como tinha o Governo, como tinha o Primeiro-Ministro, como tinham os partidos políticos, que ia haver uma greve, e tinha conhecimento exatamente dos motivos dessa greve”, afirmou Mariana Mortágua, que  falava na Praça da República, no Porto, onde este sábado se concentraram centenas de trabalhadores para uma manifestação nacional da CGTP-IN, em defesa do aumento de salários e dos serviços públicos e funções sociais do Estado.

A coordenadora afirmou que Ana Paula Martins “sabia que havia greve” e “não fez nada”. “É responsável por mais uma, enfim, não quero dizer trapalhada, porque é muito grave o que aconteceu, por mais um problema seríssimo no Serviço Nacional de Saúde (SNS), tem que assumir as responsabilidades políticas disso”, acrescentou.

A coordenadora do Bloco de Esquerda sublinhou que é preciso resolver este problema de vez e que o partido já apresentou propostas na Assembleia da República para o Orçamento do Estado para “rever estas carreiras, para contratar mais profissionais e acabar de vez com um problema que nem devia existir, porque vale cinco milhões de euros”.

“Estamos a regatear trocos em troca da saúde de quem vive em Portugal”, acrescentou.

Para a bloquista, “quem marcou a greve nunca virou as costas a quem mais precisa, quem marcou a greve avisou o Governo que havia uma paralisação para reivindicar melhores salários, completar os quadros de pessoal, quem marcou a greve está a defender o serviço do INEM”.

Na opinião de Mariana Mortágua,  “a única responsabilidade aqui é deste Governo e desta ministra e, obviamente, do anterior que não resolveu este problema”.

“Um desses motivos é o facto de não haver trabalhadores suficientes no INEM, são metade dos necessários. Há muito tempo que esses trabalhadores dão esta nota. Salário, carreira, concursos abertos, preencher os lugares do quadro, acho que isso é a melhor forma de respeitar o INEM e o país”, frisou.

Sublinhe-se que na sequência da greve dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar, as falhas ou atrasos na resposta do serviço 112 e no encaminhamento para os CODU, do INEM terão levado à morte de pelo menos sete pessoas.

A Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) já fez saber que abriu um inquérito a estes casos de mortes.