O grupo de coordenação local de Lisboa da Iniciativa Liberal está em pé de guerra. Ao que o Nascer do SOL apurou, em causa está a preparação para as autárquicas, e a estratégia passa por uma possível coligação com o atual autarca Carlos Moedas, em troca de dois lugares na vereação. Esta decisão levou o vice-coordenador do grupo de coordenação local, João Graça, a bater com a porta por não concordar com a estratégia, passando o lugar a ser ocupado por Pedro Bugarin. «Há um conjunto de escolhas a serem feitas ao nível de coordenação local de opções estratégicas que criam algum mal estar dentro do grupo de coordenação local e que levou à demissão de João Graça», disse fonte próxima do processo.
O nosso jornal sabe que a ideia é que Angélique da Teresa e Rodrigo Mello Gonçalves fiquem com cargo de vereadores, mas a estratégia, ao que tudo indica, não está a ser assumida pelo próprio partido. «Nem sequer sei se a comissão executiva está de acordo com esta decisão, mas aparenta ser uma iniciativa do grupo de coordenação local com esperanças de criar um facto consumado para quando se chegar ao momento de discutir uma coligação em plenário para Lisboa, por exemplo, ficarem com a ideia que está tudo mais ou menos feito», revela a mesma fonte. E lamenta que, caso essa coligação avance, isso significa que a Iniciativa Liberal, enquanto entidade que se candidata não se existe. «Nesse caso, existirá uma coligação em troca de dois lugares na vereação e tendo em conta os placards de toranja ou que o PSD e o PS são iguais, o que estão a querer em Lisboa é apenas assegurar um lugar na câmara», salienta.
Ao nosso jornal, a mesma fonte não compreende esta decisão e recorda que o partido nas últimas eleições optou por ir sozinho e estar de contas voltadas a uma eventual coligação com o PSD. Mas também é certo que tem havido movimentações em torno dos dois partidos para estudar novas coligações autárquicas. Recorde-se que o PSD e Iniciativa Liberal estão a estudar novas coligações autárquicas.
Na reeleição como presidente do PSD, Luís Montenegro traçou como objetivos reconquistar a liderança da Associação Nacional de Municípios (ANMP) e da Associação Nacional de Freguesias (Anafre), atualmente nas mãos do PS. O que significa ganhar mais câmaras e mais juntas de freguesia do que os socialistas – por outras palavras, vencer as eleições.
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