Eleições internas da IL avançam com dois candidatos

Rui Rocha diz que tem a ‘energia necessária’ para fazer do partido ‘uma solução de coragem, de mudança e de governação’ e avança com recandidatura. Rui Malheiro acena com ‘uma visão renovada e ambiciosa para o partido’.

Estão desfeitas as dúvidas: Rui Malheiro, até aqui número dois do movimento Unidos pelo Liberalismo, vai ser o candidato à liderança da Iniciativa Liberal no início do próximo ano, tal como já tinha sido avançado pelo Nascer do SOL. A decisão surgiu depois de ter sido eleito líder do movimento que se viu sem liderança após a saída de Tiago Mayan, a seguir à polémica com a falsificação de assinaturas. Na altura, Rui Malheiro ao nosso jornal mostrou tranquilidade pelo momento que o Unidos pelo Liberalismo estava a atravessar, mas lembrou que a campanha para concorrer às eleições internas do partido já estava a decorrer, faltando apenas uma pessoa para encabeçar a candidatura.


Agora, após a eleição, Rui Malheiro diz que «a sua candidatura reflete o desejo de levar os valores do Movimento Unidos pelo Liberalismo para um novo patamar, promovendo uma visão renovada e ambiciosa para o partido», referindo que «o objetivo é construir um projeto político que reforce os pilares do liberalismo, com foco na liberdade individual, no empreendedorismo e na igualdade de oportunidades, preparando a Iniciativa Liberal para enfrentar os desafios do futuro».


Fontes ouvidas pelo Nascer do SOL dizem que estão à espera de uma campanha calma e equilibrada com críticas moderadas à oposição, mas também reconhecem que «não tem nada a perder e que ganha outra visibilidade». Mas há quem seja mais crítico, defendendo que dava «um bom secretário-geral» e que terá de obter, pelo menos, 20% dos votos para que «seja suficiente para dizer que é uma fação da oposição».


Também esta semana Rui Rocha anunciou a sua recandidatura à liderança da IL, garantindo que tem «a energia necessária» para fazer do partido «uma solução de coragem, de mudança e de governação». O atual presidente da Iniciativa Liberal afirmou também que decidiu avançar com a recandidatura pela «necessidade de desenvolver uma solução política que traga mudança efetiva a Portugal». E acrescentou: «O Estado português precisa de ser reformado. Para quê? Para libertar recursos que possam depois fazer com que a economia e a sociedade cresçam – não deve acontecer tudo à sombra do Estado – e para termos mais eficiência também e o Estado funcionar melhor e, dentro disso, pagar melhor aos funcionários públicos que entregam resultados».


Rocha esclareceu também que decidiu recandidatar-se ao cargo porque, em 2022, tinha-se comprometido perante os membros do partido para uma liderança de dois mandatos. «Uma primeira parte de justificação é o compromisso que assumi. A segunda parte da justificação para afirmar a minha candidatura a um segundo mandato é a necessidade de desenvolver uma solução política que traga mudança efetiva a Portugal», disse.

Blanco recua e quer conselho nacional


Já o deputado Bernardo Blanco depois de ter revelado que não iria fazer parte da nova direção da Iniciativa Liberal, acenando com motivos pessoais e profissionais, agora anunciou que irá liderar a lista F ao Conselho Nacional.
Apresentada com o mote “Juntos Fazemos o Futuro’, o atual vice-presidente da comissão executiva diz que o partido «deve ter no centro da agenda a mobilidade social e o combate à ocupação política do aparelho do Estado», referindo também que a Iniciativa Liberal deve dar «uma resposta moderada» às mais variadas preocupações dos cidadãos, em temas como a segurança, justiça e imigração.


Para a lista F, a IL deve «colocar a mobilidade social e o crescimento económico baseado na desburocratização e na inovação no centro da agenda, em Portugal e na Europa».


Recorde-se que, por norma, a Comissão Executiva do partido tem por regra apoiar uma das listas ao Conselho Nacional e, tudo indica, que Blanco poderá ter apoio de Rui Rocha.


Ao Nascer do SOL, vários militantes dizem que este recuo de Blanco se deve ao facto de querer «continuar a ter poder e querer controlar», mas em relação à decisão inicial de se afastar falam em «infantilização».