Governo mantém posição de não reconhecer Estado da Palestina

O chefe da diplomacia portuguesa saudou, por outro lado, o aumento da entrada de ajuda humanitária em Gaza desde o início da trégua

O Governo mantém a posição de não reconhecer o Estado da Palestina, disse esta terça-feira o ministro dos Negócios Estrangeiros. Paulo Rangel destacou que o cessar-fogo em Gaza abre “uma janela de esperança” para a solução dos dois Estados.

“A posição do Governo não se alterou. Na atual conjuntura, com esta janela de esperança que foi o acordo conseguido para a libertação dos reféns e cessação das hostilidades e com a entrada massiva de ajuda humanitária, devemos manter esta posição”, afirmou o ministro durante uma audição na comissão parlamentar de Assuntos Europeus.

O ministro reconheceu que o acordo alcançado entre Israel e o Hamas, que impôs um cessar-fogo desde domingo, tem “um equilíbrio frágil”. No entanto, acrescentou, pode ser “a base da construção de um cessar-fogo verdadeiro e depois de uma solução negociada” dos dois Estados, Israel e Palestina.

Para Rangel, o reconhecimento da Palestina não se justifica “neste momento”. “É um passo simbólico, outros reconheceram e nada aconteceu”, comentou, citado pela agência Lusa, aludindo ao reconhecimento da Palestina por Espanha e Irlanda – dois países da União Europeia – e Noruega, no ano passado.

O chefe da diplomacia portuguesa saudou, por outro lado, o aumento da entrada de ajuda humanitária em Gaza desde o início da trégua, “que passou de 18 a 20 camiões para 600 camiões por dia”, o que “pode mudar substancialmente a situação humanitária, que é catastrófica”.