‘Será difícil eleger um presidente de câmara, não vou estar com ilusões’

Entrevista a Mariana Leitão, candidata à liderança da Iniciativa Liberal. A IL concorre sozinha a mais 30 concelhos e Mariana Leitão diz não ter dúvidas que vai eleger em assembleias municipais e em assembleias de freguesia. Em relação às coligações afirma: ‘Vamos ter as nossas pessoas a defenderem e a executarem as nossas ideias’

Mariana Leitão é candidata única à liderança da Iniciativa Liberal que vai a eleições este sábado. A líder parlamentar promete unir o partido e explica o que defende para o partido e a visão liberal que, no seu entender, contribui para melhorar a vida dos portugueses. O próximo teste da futura liderança será as eleições autárquicas e Mariana Leitão admite que as coligações com o PSD permite à IL ter voz e pedir responsabilidades e transparência ao presidente da câmara. Quanto às presidenciais prefere ter um candidato que defenda a posição liberal, uma vez que não se revê em nenhuma das candidaturas que já foi oficializada. 

O que a motivou a candidatar-se à liderança da Iniciativa Liberal depois da saída inesperada de Rui Rocha?

São sempre momentos delicados, mas acima de tudo, senti muito apoio das bases que sinalizaram que gostavam muito que avançasse, o que foi muito importante. Obviamente que não foi apenas isso que fez parte da minha tomada de decisão. Fiz todo um percurso no partido, comecei como membro base, estive sempre muito envolvida em várias funções, sinto que conheço bem o partido, também sinto que tenho valor acrescentado para trazer e, acima de tudo, tenho uma vontade enorme de mudar a vida das pessoas. Isto tudo junto mais a minha crença profunda de que são as políticas liberais que podem dar um rumo diferente ao país e melhorar a vida das pessoas foi determinante para tomar essa decisão. 

Ter sido líder parlamentar na última legislatura também contribuiu? 

Obviamente que ajuda, mais que não seja a notoriedade e pela experiência que vamos acumulando para depois também nos sentirmos mais confortáveis e mais disponíveis para abraçar outros desafios. Este desafio implica imensa responsabilidade, tenho plena noção disso, mas tenho esta motivação profunda de que é preciso um partido liberal muito forte. Temos as melhores políticas, temos já um histórico bastante vasto nesse sentido de políticas que defendemos que foram já testadas até noutros países e que funcionam. 

Esperava ser candidata única ou pensava que teria oposição?

Era expectável que pudesse haver oposição e seria interessante que assim acontecesse porque ajuda a promover o debate e o confronto de ideias para se tentar chegar às melhores conclusões. Mas também acho que, com um partido como o nosso, com uma convenção e com a possibilidade de todos os membros poderem estar lá quer presencialmente, quer remotamente para poderem dar os seus contributos, aquilo que eventualmente se perderia com o facto de ser uma candidatura única pode perfeitamente ser suplantado por os membros irem lá, darem as suas opiniões, fazerem as suas críticas e darem os seus contributos. Tudo isso será muito proveitoso também para o caminho que vamos seguir daqui para a frente, daí o desafio que deixo: as mais de 900 e muitas pessoas que se inscreveram que participem ativamente, que deem as suas opiniões, pois será fundamental para ajudarem aquela que será a futura direção e a futura presidente no caminho que queremos seguir.

Há quem tenha dito que os timings impediram outras candidaturas de avançar e houve quem pensasse em impugnar as eleições, pedindo que se realizassem após as autárquicas… 

Discordo dessa ideia de atrasar a data da convenção. É fundamental o partido ter uma liderança. E passarmos por umas eleições autárquicas ainda mais prejudicial seria para o partido não ter uma liderança legitimamente eleita pelos membros. E porquê? Porque temos os candidatos às autárquicas no terreno a fazerem um trabalho que já é um trabalho longo, que agora vai densificar com o aproximar das eleições e essas pessoas precisam de apoio, precisam de sentir que há uma liderança, que lhes sejam dadas as ferramentas que precisam. Seria profundamente prejudicial e até quase um desrespeito para estas pessoas que estão a sacrificar o seu tempo, a sua vida para serem rostos da Iniciativa Liberal deixá-los sem uma liderança legitimamente eleita numa convenção. Além disso, um partido muito tempo sem líder é uma fragilidade. É uma fragilidade perante os opositores externos.

Teria de ser o secretário-geral da IL a dar esse apoio…

Interinamente teria de o fazer. Mas estaríamos a falar de uma comissão executiva em gestão, sempre um pouco condicionada na sua atuação. Um partido que se quer saudável, que se quer forte, que quer falar para o país tem de ter uma liderança. Sempre defendi convictamente que as eleições deveriam ser realizadas o mais breve possível, garantindo, obviamente, os timings para que as pessoas se pudessem candidatar. A verdade é que os nossos estatutos preveem a marcação de uma convenção com 30 dias e isso foi escrupulosamente comprido, até foi mais. Entre a demissão do Riu Rocha e a data das eleições vão passar, no total, umas sete ou oito semanas. Isso daria tempo suficiente, até porque tínhamos pessoas que já se tinham candidatado no ano passado e, por isso, havia todas as condições para o poderem fazer agora. Não o fazer é uma opção de cada um.

Prometeu unir o partido. O facto de ter convidado pessoas que apoiaram Carla Castro e outras o movimento Unidos pelo Liberalismo pretende dar esse sinal? 

É, acima de tudo, dar oportunidade a pessoas que provaram já, em diversos momentos que são competentes, que têm contributos concretos a dar ao partido e que tentamos aproveitar ao máximo essas pessoas, essa competência. Também é uma questão de mérito dessas pessoas e não é por no passado terem apoiado A, B ou C que deixam de ser mais ou menos competentes. É acima de tudo um sinal que se dá de haver essa disponibilidade para reconhecer o mérito, para ter uma equipa que consiga dar respostas às exigências que vamos ter no futuro, nomeadamente estas exigências ao nível autárquico porque vamos ter muita gente eleita. O partido tem de estar preparado para essa transformação e obviamente que a questão da união é importante, no sentido em que houve, em muitos momentos, acusações de que não havia essa disponibilidade. A verdade é que a disponibilidade também tem de existir dos dois ou dos três, ou dos quatro lados. Ou seja, há aqui uns passos que são dados pela liderança, mas depois é preciso haver disponibilidade das outras pessoas para trabalharem conjuntamente no projeto. 

Não pode ser uma medição de forças…

Claro e temos todos o mesmo objetivo. E o objetivo que nos une a todos é tornar a Iniciativa Liberal mais forte e garantir que o país se torne mais liberal, com políticas liberais a serem implementadas e a serem executadas. Obviamente que vão haver sempre divergências, as pessoas pensam de forma diferente, têm opiniões diferentes, mas isso faz tudo parte do processo. Agora, o que temos de garantir que, no fim do dia, aquele objetivo comum está a ser seguido por todos. Sinceramente, neste momento, acho que o partido está nessa fase, em que há uma convicção grande e profunda de que o país precisa de mudar, que o estado em que o país está e em que as pessoas vivem é mau, tudo aquilo que está à nossa volta está em degradação, nomeadamente os serviços públicos. E é uma fase, até pelas alterações que houve no ciclo político, a Iniciativa Liberal deve ter estabilidade e conseguir garantir um caminho. 

Na sua moção diz que quer ‘uma IL que não tenha medo de incomodar’ e que se recusa a ‘ser só mais um partido no Parlamento’…

Temos a noção que temos um combate sério a fazer, de um lado, contra o conformismo que vai mantendo tudo como está, em que temos um Governo que diz que vai fazer muitas coisas e melhorar muitas coisas, o tempo vai passando e está tudo na mesma. Porquê? Porque os governos governam não para as pessoas, mas para garantir a eleição quatro anos depois e isso é típico em Portugal. Aí a ILtem de ter uma posição muito forte, muito exigente de apresentação sistemática das alternativas que são possíveis para o país ser diferente e é um combate que temos de fazer. Por outro lado, temos o combate contra o populismo, os que tentam, de alguma forma, limitar direitos, liberdades e garantias, os que apresentam políticas que se fossem implementadas até ao nível da economia significariam a bancarrota do país. O bipartidarismo acabou e também temos de nos saber adaptar a isso e densificar o nosso combate. E é um combate não propriamente só por oposição, mas pelas nossas ideias e para mostrarmos às pessoas que são as nossas ideias que funcionam. O voto na Iniciativa Liberal é um voto de mudança porque, historicamente, aquilo que vemos é que os governos vão oscilando entre PSD e PS e o país está exatamente na mesma ou pior. Veja-se o caso da saúde, em que continuamos com problemas gravíssimos, apesar de nunca se ter investido tanto no SNS como agora. 

Estamos a atirar dinheiro para os problemas? 

Sim, porque os problemas estruturais não são resolvidos e continua a haver a ideia que é atirando dinheiro para cima dos problemas que se vai resolver. É preciso alterar a forma de gerir, é preciso garantir que há maior oferta, é preciso incluir privados e o setor social na resposta. E por mais que injete dinheiro no SNS, enquanto não houver uma alteração estrutural da forma de funcionamento e da capacidade de resposta vamos continuar a ter os problemas, vamos continuar a ter as incertezas das urgências abertas ou não e a ter os problemas no INEM. Mas isto não é uma questão só da área da saúde. A educação, a habitação são outros problemas. A grande bandeira deste novo Governo foi o Ministério da Reforma do Estado, entretanto, já passou algum tempo e não se viu ainda absolutamente nada. Fala-se naqueles chavões de digitalização, inovação tecnológica, mas é preciso ter coragem para fazer aquilo que ninguém tem coragem para fazer e isso implica cortar onde é preciso cortar, reduzir onde é preciso reduzir, acabar com as nomeações por conveniência partidária, garantir que as pessoas são sujeitas a um concurso em que entram para os cargos por mérito. É fundamental que esta cultura que está enraizada nos nossos agentes políticos mude para garantir que as coisas mudam também. Em relação à reforma do Estado, o que é que este Governo vai fazer? Quais são os objetivos? Uma reforma do Estado é uma coisa transversal, é uma mudança de organização profunda e defendemos que isso seja feito porque aquilo que é possível poupar com a reforma do Estado é aquilo que vai permitir baixar os impostos às pessoas e às empresas, é aquilo que vai permitir os investimentos em defesa. De outra forma, o que acaba por acontecer é que, no fim do dia, os impostos vão alimentar um monstro insaciável que vai crescendo e a única forma que os governos têm de continuar a alimentar esse monstro é a aumentar impostos ou a terem mais dívida, que significa mais impostos no futuro. 

Não há vontade política para fazer essas mudanças? 

Acima de tudo, não há coragem política para mexer. Na campanha, a AD o pouco que falou sobre os seus 11 meses de governação foi para dizer apenas: ‘Aumentámos uma série de carreiras na função pública, demos subsídios a estes e aqueles’ e isso foi feito, na altura, para garantir que havia alguma acalmia social. Foi por isso que começámos a ter melhor SNS? Foi por isso que começámos a ter mais dados sobre o que se passa nas escolas? Foi por isso que começámos a ter mais oferta de habitação? Foi por isso que melhoraram os índices de segurança? É importante ter as pessoas motivadas e a ganhar bem, mas tem de se atacar os problemas estruturais.

Como se pode atacar?

Para já, o Estado tem de sair. O Estado tem de privatizar a TAP por completo. Até António Costa ia mais longe do que Luís Montenegro está a querer ir. Temos de privatizar a TAP, temos de privatizar a CP, temos de garantir que há liberdade de escolha para as pessoas numa série de serviços. Em vez de estarmos a pôr as pessoas a dependerem exclusivamente do SNS, que não consegue dar resposta, temos de garantir que as pessoas tenham uma alternativa. Não podem estar entregues à sua sorte e ou têm um seguro de saúde ou se não tiverem não sabem com o que vão contar quando têm uma emergência. Na questão do INEM, por causa de uma greve e pela forma descoordenada com que o Governo geriu tudo, chegámos à situação limite e lamentável de ter falecido uma pessoa. Pelo menos o relatório indica que pode existir essa correlação. Percebemos bem que o Estado está quase em falência quando não consegue dar resposta às coisas essenciais. É um Estado que falha na saúde, na educação, na justiça. No entanto, esse mesmo Estado tem uma companhia aérea porque supostamente é estratégico e dá-se ao luxo de ter um conjunto de empresas públicas, onde, muitas vezes, tem de injetar milhões de euros à conta dos contribuintes. Não faz qualquer sentido, o que defendemos é um Estado mais pequeno, mas muito mais eficiente. Nenhum dos outros partidos partilha desta visão porque estão muito assentes na lógica de o Estado tem de pagar, prestar o serviço, estar em todo o lado, é preciso empresas estratégicas, etc.

Então a CGD também deveria ser privatizada? Agora dá lucros…

Há muitas formas de se fazer privatizações, garantindo que as coisas não ficam completamente sem o controle. Sim, dá lucros, mas já houve anos em que deu muitos prejuízos. Há benefício para o cidadão o banco ser público? Os bancos estão todos em concorrência uns com os outros, não há nenhum benefício. O cidadão não tem nenhuma mais-valia por o banco ser público. 

Daí ter elogiado o caso da Argentina…

Com as devidas diferenças, pois é preciso não esquecer que a Argentina tem um contexto político diferente, tinha décadas de pobreza, de políticas socialistas que foram seguidas que levaram o país à miséria. A Argentina tem apostado na lógica do Estado centrado nas suas funções essenciais e de tirar o Estado de sítios onde não faz falta, numa lógica da desburocratização. Tudo isso são políticas que a IL também defende. O que assistimos na Argentina é que essas políticas está a ter efeitos práticos. A pobreza baixou drasticamente, a inflação também. 

Está à espera de que resultados nas autárquicas? Já admitiu que será “muito difícil” conquistar câmaras.

Se acho que iremos conseguir eleger um presidente de Câmara? Será difícil, não vou estar com ilusões. Nas candidaturas em que vamos sozinhos é para fazer oposição construtiva, com a apresentação das nossas bandeiras, com uma luta acérrima por mais transparência, por melhores políticas públicas, por melhor organização das próprias câmaras e não tenho dúvidas que vamos eleger em assembleias municipais e em assembleias de freguesia. É a segunda vez na nossa história que estamos a fazer umas eleições autárquicas. Nas anteriores, em 2021, tivemos cerca de 90 eleitos, se a memória não me falha, entre assembleias municipais e assembleias de freguesia, agora o que queremos é aumentar este número. 

Vão avançar com o PSD, para já, em 15 coligações…

São coligações em que há uma confiança de que serão coligações vencedoras e a vantagem é que, nesses locais, não só vamos ter as nossas pessoas a defenderem as nossas ideias, como vamos ter as nossas pessoas a executarem as nossas ideias liberais.

Não é incoerente a IL estar a criticar o PSD e depois ir em coligação numa série de câmaras importantes como Lisboa, Porto, a Coimbra, a Gaia, a Sintra…

No caso das autárquicas não acho que haja incoerência porque vamos ter pessoas nossas a serem eleitas para cargos executivos. Essas nossas pessoas vão ter a responsabilidade de exigir ao presidente de Câmara transparência e a implementação dos acordos que foram estabelecidos. A nossa convicção é que, nesses locais, como vamos conseguir executar essas políticas será muito bom para as pessoas que lá vivem. Essas pessoas vão sentir a diferença de ter a influência e a concretização das políticas liberais no seu município. 

E em relação a Lisboa?

A lógica é exatamente esta que disse, Lisboa não é exceção. Temos um acordo estabelecido com um conjunto alargado de matérias, onde queremos que haja alterações. Há aqui uma lógica de transparência da própria gestão da Câmara para deixar de ser feita na lógica partidarismo para passar a apostar na mérito, numa menor burocracia e numa câmara mais eficiente. 

Tem sido dito que a coligação em Lisboa foi mais difícil de negociar, até por causa do próprio CDS…

Isso são problemas do CDS, não são problemas da Iniciativa liberal.

O CDS teve ciúmes?

Não faço ideia. É um problema para o CDS resolver e que não tem nada a ver com a IL. Jamais vou entrar nesse tipo de questõezinhas.

A hipótese de avançar em coligação é debatida internamente com os grupos de coordenação local?

O que está previsto é que o grupo de coordenação local faz a sua avaliação, as negociações e apresenta a proposta à Comissão Executiva que, de alguma forma, faz algum diligence para perceber se tem condições ou não, de acordo com os requisitos colocados. Depois vai ao Conselho Nacional para a aprovação final. 

Todas as coligações já foram aprovadas pelo Conselho Nacional (CN)? 

Neste último CN aprovámos uma série delas, ficaram a faltar algumas e é provável que haja novo CNpara algumas que ainda não tenham ficado completamente fechadas. Mas em primeira instância, a responsabilidade é sempre das estruturas locais e nós tentamos sempre seguir a sua vontade porque são eles que conhecem o terreno, as condicionantes políticas, os agentes, a população. 

Quanto às presidenciais depois da sua desistência quem poderá avançar ou a IL pode apoiar alguma das candidaturas já oficializadas?

A ILtem de apoiar uma pessoa que defenda os valores liberais. Foi também por isso que avancei. Tem de ser alguém que se reveja profundamente nestas questões, tem de ser alguém que queira combater esta lógica do Estado em todo lado, tem de ser alguém que queira ser quase um agente que consiga pôr as ideias liberais em discussão e mostrar esta visão diferente de país que temos. Dos candidatos que já se apresentaram não acho que haja nenhum que reúna estes requisitos. 

Antes de entrar na política, esteve 13 anos na empresa Puaça, uma subsidiária da Sonangol, três deles como administradora. Estava à espera desta polémica? 

Não estava, nem deixava de estar. É normal, no sentido em que estamos sempre sujeitos ao escrutínio e é saudável que exista. Agora, em bom rigor, trabalhei com uma empresa portuguesa de capital estrangeiro, neste caso com capital angolano, da Sonangol e com uma função específica que tinha a ver com a gestão das bolsas de estudo, dos bolseiros que vinham para Portugal estudar. Depois houve alguma diversificação da área de negócios, com alguns investimentos imobiliários, mas a função essencial era esta. Entrei como assistente administrativa, fiz um percurso na empresa de crescimento perfeitamente normal. E relembro que há várias empresas portuguesas de capital estrangeiro, onde também há milhares de pessoas a trabalhar, a Galp, a BPI, a EDP e por aí a fora. Sinceramente, tanto na empresa onde trabalhei, como na IL, o meu percurso foi sempre pautado pelo meu mérito, pelo meu esforço, pelo meu trabalho e pela forma como me dedico às coisas.

É um tema que tem sido usado como arma de arremesso?

É claro que há várias coisas que as pessoas dizem, há especulações ou há associações completamente desfasadas da realidade. A IL não responde, e foi uma das acusações que foi feita, a nenhum interesse que não seja o interesse dos seus membros e dos portugueses. A IL não se deixa condicionar, não se deixa abalar por estas questões, não temos clientelas, não temos interesses corporativos, não temos nada disso. E eu também não aceito que ponham em causa a minha pessoa por causa de qualquer preconceito que exista. Vou continuar a lutar por aquilo em que acredito, por uma IL mais forte e não vou aceitar que o meu percurso profissional seja usado para me diminuir. Não me vão afetar, não me vão demover, se é esse o objetivo. Estarei sempre disponível para responder a todas as questões. Estou perfeitamente tranquila.

Em relação às contas da IL porque é que tem havido atrasos constantes na apresentação de contas?

Segundo percebi, as contas estão a seguir o seu processo normal, já estão no órgão em que é suposto fazer a fiscalização e assim que esse órgão terminar serão apresentadas em Conselho Nacional.