Direita rejeita primárias

À direita não são muitos os entusiastas do modelo das primárias para candidato a primeiro-ministro, que está a ser testado pelo PS.

Direita rejeita primárias

No PSD as opiniões dividem-se, mas a maioria tende a considerar que esta não será a solução mais adequada. “Se dúvidas houvesse basta observar com atenção o péssimo espectáculo e serviço que o nosso adversário, o PS, está a prestar a si próprio para ver que as primárias para candidato a primeiro-ministro não são uma hipótese”, afirma ao SOL Carlos Carreiras, vice-presidente do PSD.

Na opinião do dirigente social-democrata esta é uma solução que não está nem estará tão cedo em cima da mesa no partido.

Marques Mendes é outro social-democrata com “dúvidas” sobre o modelo. “O que é um simpatizante? É algo que não se pode controlar e pode dar origem a algumas habilidades”, avisa o antigo líder do PSD, explicando que as primárias têm ainda a desvantagem de desvalorizar o papel dos militantes dos partidos.

O deputado Duarte Marques também vê riscos. E aponta o “enfraquecimento brutal” que a divisão provocada pelas primárias está a gerar no PS. Mas admite que “as primárias darão ainda mais legitimidade ao líder eleito” e acha que essa é uma reflexão que tem de ser feita no âmbito de uma reforma do sistema político.

Já Luís Newton, do Conselho Nacional do PSD, vê nas primárias “uma forma de aproximação das pessoas aos partidos”. Mas avisa que “não é fácil encontrar o melhor modelo” e defende que esta modalidade só deve ser adoptada pelo PSD caso seja usada por “todos os partidos com assento parlamentar”.

No CDS, as primárias para candidato a primeiro-ministro estão mesmo afastadas. “Nós fizemos o caminho exactamente inverso”, justifica ao SOL o líder parlamentar dos centristas, Nuno Magalhães, recordando que o partido já aderiu às eleições directas para escolher o líder do partido e que depois decidiu regressar, no XXIV Congresso, em 2011, à eleição do líder em congresso. “Teríamos de percorrer um caminho muito mais longo para lá chegar e pelo exemplo do que se está a passar no PS também não me parece uma boa solução”, acrescenta Nuno Magalhães.

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