Ao Público, o Comissário indigitado recordou as chamadas: “Ricardo Salgado telefonou-me, efectivamente, pelo menos duas vezes. Atendi-o como sempre fiz com quem me contactou, mas o tema morreu ali. Nunca tomei qualquer iniciativa que desse seguimento à conversa”.
Recorde-se que o SOL escreve hoje que numa tentativa de encontrar uma solução para a desesperada situação do Grupo Espírito Santo, um membro da família sugeriu pôr “já o Moedas a funcionar”. O que Salgado fez na hora, ligando ao na altura secretário-de-Estado-adjunto do primeiro-ministro. No final do telefonema, o banqueiro disse aos restantes líderes da família que o governante se disponibilizara para contactar o presidente da CGD e interceder junto do ministro da Justiça luxemburguês – Félix Braz, luso-descendente. No primeiro caso estava em causa a possibilidade de financiamento do grupo e neste último o acesso a informações sobre a investigação em curso naquele país.
Ainda ao Público, Carlos Moedas afirmou que os seus contactos com Félix Braz "consistiram num simples telefonema de cortesia a felicitá-lo pela sua nomeação, dado ser luso-descendente, e um último, também de cortesia, quando veio a Portugal [início de Março de 2014] na comitiva oficial do primeiro-ministro, Xavier Bettel".
Contactados pelo SOL nem Carlos Moedas nem o gabinete do Comissário indigitado estiveram disponíveis para comentar.