“O PS finalmente está a chegar a um período em que resolveu os seus problemas. Isso para nós é importante. Precisamos contar com alguma estabilidade e até algum vigor” na oposição, afirmou Passos, depois de se referir à instabilidade vivida pelos socialistas no período em que António José Seguro esteve à frente do partido.
Passos desafiou ainda António Costa a passar da teoria à prática em matéria de diálogos e compromissos, nomeadamente sobre a fiscalidade verde e a reforma do IRS. “Penso que António Costa quer compromissos na sociedade portuguesa e entre os partidos dentro de matérias que são críticas para o país. Espero que aquilo que lá está escrito (no compromisso e na Agenda para a Década) possa ser consequente e que não tenhamos de esperar pelas eleições para poder dialogar com o PS”, afirmou o primeiro-ministro, nos minutos finais da entrevista desta noite.
Questionado sobre se para o Governo é ou não indiferente a presença de socráticos na direcção do PS – três dias depois da prisão preventiva de José Sócrates – Passos recusou fazer comentários sobre “discussões internas” e como tal “uma escolha que cabe ao PS”. Mas reiterou: “respeito o PS e quero criar condições para que um diálogo construtivo se possa realizar”.
Sobre o seu futuro, Passos assegurou que está na corrida à reeleição. Já em tom de pré-campanha, pediu aos portugueses “uma oportunidade para fazer o que falta fazer e poder governar em circunstâncias menos exigentes menos severas como as que nos coube. E nós estamos em condições de mobilizar os portugueses para um futuro de esperança diferente daquele que tínhamos em pré-bancarrota”.
E como fica a coligação? Pré-eleitoral? Pós-eleitoral? “Os partidos que compõem a maioria encontrarão o tempo tomar essas decisões. Temos um Governos coeso, apesar de todos os problemas que enfrentámos. Sempre superámos os nossos problemas. Os dois partidos, ao contrário de outros, deram muito, comprometeram-se muito para que essa situação fosse ultrapassada. Isso cria um cimento. Agora temos de nos habituar a discutir e a tomar decisões no tempo político próprio e não criar factos políticos artificiais”, clarificou Passos Coelho.