Segurismo acabou

Álvaro Beleza diz ao SOL que “não há segurismo sem Seguro”, em resposta à pergunta se o segurismo acabou. O processo de negociação das listas de deputados, por si liderado, deixou sub-representada a minoria que esteve do lado do ex-secretário-geral. Entraram 21 seguristas, mas vários notáveis ficaram de fora. E esta tendência interna fracturou-se. Beleza,…

Segurismo acabou

A próxima batalha é a candidatura de Maria de Belém a Presidente da República. Mas com uma geometria diferente. Os seguristas – de Eurico Brilhante Dias e Jamila Madeira (que conseguiram lugar nas listas) a João Proença e Beleza – conseguem integrar-se num grupo mais alargado, que junta a ala esquerda ao sector mais moderado do PS.

O futuro dependerá ainda do resultado das eleições legislativas. Se António Costa perder, Beleza e Francisco Assis, garantem no PS, estarão activos na escolha do pós-costismo. O nome de Assis é o mais referido para secretário-geral, neste cenário.

“Costa não deixou cair ninguém”

Para já o ressentimento mina o campo ainda designado por segurista. Esta semana, a divisão foi visível na entrada para comissão política: António Galamba (que pôs em causa as contas de Beleza no preenchimento da quota segurista) e Miguel Laranjeiro (conformado) chegaram sozinhos ao Largo do Rato. Beleza veio em grupo, com Eurico, Jamila, e Proença. Há quem, do lado de António Costa, conclua que esta separação tornará difícil qualquer veleidade de António José Seguro regressar ao palco político – “Está a deixar de ter tropas”, notam.

Outro dirigente ouvido pelo SOL concluía que “Costa não tinha deixado cair ninguém dos dele” e dava como exemplo a inclusão de Miguel Medeiros, o dirigente de Leiria acusado de tentar falsificar resultados nas directas, que é candidato. Isto apesar do Código de Ética de Costa, que levou à remoção do segurista Rui Duarte da lista de Coimbra, por envolvimento em irregularidades na inscrição de militantes. Duas medidas diferentes.

manuel.a.magalhaes@sol.pt