Miguel Relvas: ‘Passos foi mais primeiro-ministro, Costa foi o político’

Miguel Relvas, o ex-ministro adjunto de Passos Coelho que esteve um longo período afastado dos holofotes, voltou esta noite ao comentário político para analisar o frente-a-frente entre Passos Coelho e António Costa. 

Reconhecendo que o secretário-geral do PS "esteve melhor em relação aos anteriores debates nos últimos anos porque teve a capacidade de tomar a iniciativa", Relvas preferiu sublinhar que "Passos Coelho foi mais primeiro-ministro, Costa foi mais o político".

E realçou o facto de que "há um ano ninguém acreditaria que o primeiro-ministro chegaria a estas eleições em condições de as poder disputar, mais do que isso, baseado em estudos de opinião, que a coligação estaria à frente". Para Relvas esta é "uma posição de conforto que deveria ter obrigado a falar mais do futuro".

Recorrendo a um dos principais argumentos da coligação Portugal à Frente, o  ex-ministro admitiu que "estes quatro anos foram quatro anos difíceis" mas acrescentou que "mostraram que as políticas seguidas começam a dar resultados. Há crescimento da economia. A questão é saber se os portugueses querem um caminho de estabilidade ou voltar a criar situações de mudança sem saber a previsão do dia seguinte".

Para Relvas Passos foi muito claro: "Comigo sabem com o que contam, têm um principio de estabilidade, sabem as políticas que vão ser seguidas e sabem quais são os resultados".

A Miguel Relvas juntaram-se num debate na TVI24 o delfim de António Costa na Câmara de Lisboa, Fernando Medina, e a deputada do BE Mariana Mortágua.

O sucessor de Costa na liderança da câmara da capital considerou que o debate "correu francamente bem a António Costa porque cumpriu os seus objetivos fundamentais", nomeadamente "fazer uma avaliação séria destes quatro anos de governação".

Já Mariana Mortágua foi implacável com o líder do PSD. "Passos saiu derrotado deste debate pela sua própria estratégia. Durante quatro anos fez da austeridade e da troika o seu programa político e apresenta-se no final de quatro anos de legislatura dizendo que foi uma reunião de uma hora, eu nem conhecia bem os senhores".

sofia.rainho@sol.pt