"Antonio Costa, se alinhar com PCP e BE nisto, é um suicídio político, para ele e para o PS. É a sua reputacão que está em causa. Muita gente dirá 'não se pode confiar nele'", defendeu o ex-líder do PSD, acrescentando: "Isto pode ser visto como batota política! Quem ganhou as eleições foi Passos Coelho". Mais, salientou Mendes, "se o PS alinhar nisto, será um suicídio pois daria de bandeja o governo à coligação meses depois, como o PRD fez em 1985", deitando abaixo o governo minoritário de Cavaco Silva, que depois obteve a sua primeira maioria absoluta.
Cavaco também chamou Sócrates em 2009
E aos que lembram que houve uma maioria de portugueses que não votou PSD/CDS, ironizou: "É a mesma coisa que as seleções da Dinamarca, Albânia e Sérvia virem dizer que Portugal ficou em primeiro no grupo mas não vai ao Europeu de futebol porque elas têm mais pontos juntas".
Para Mendes, além de um problema de credibilidade, a solução teria outro problema, o da estabilidade política. E recordou que PS e PCP e BE têm posições opostas quanto a algumas questões fundamentais — como o cumprimento do défice — e que o grande problema será o Orçamento do Estado que seria logo chumbado por comunistas e bloquistas. "Não se pode brincar com o país, os políticos têm de pensar nas consequências de um chumbo para a vida dos portugueses".
Sobre as críticas que se ouviram à equerda por o Presidente da República ter chamado Passos Coelho para o encarregar de realizar diligências com vista a formar " um governo estável", Mendes lembrou que "Cavaco Silva fez exatamente o mesmo em 2005 com José Sócrates", que ganhara as eleições mas já sem maioria absoluta.
