Segundo os dados hoje publicados no Correio da Manhã, o antigo comentador da TVI consegue angariar votos do PSD e do CDS, mas também do PS e do BE. Só no PCP parece não estar a ser eficaz, apesar da ‘operação de charme’ deste ano na Festa do Avante para onde levou as câmaras da TVI.
A sondagem, realizada entre os dias 28 de novembro e 2 de dezembro, releva que Marcelo Rebelo de Sousa consegue convencer 23,9% dos eleitores que votaram PS nas legislativas, contra os 22,6% de Maria de Belém e os 22,3% de Sampaio da Nóvoa.
Entre aqueles que votaram BE, há 18,3% que dizem ir votar Marcelo. E apenas 10,1% dos eleitores que escolheram Catarina Martins nas legislativas parecem convencidos de que a bloquista Marisa Matias é a melhor escolha para suceder a Cavaco.
Nóvoa conquista mais bloquistas que Marisa
Até Sampaio da Nóvoa consegue conquistar mais bloquista do que Marisa Matias. O antigo reitor que conta com o apoio formal do partido Livre convence 16% dos eleitores do BE contra os 12,9% que preferem Maria de Belém.
Os números relevados pelo CM mostram que Marcelo está em boas condições de conseguir uma vitória à primeira volta, mas que ela ainda não está garantida, já que a vantagem necessária sobre os 50% que são precisos para evitar a segunda volta cai na margem de erro de 4% do estudo.
Se é verdade que o discurso ao centro de Marcelo Rebelo de Sousa está a irritar a direita, também é certo que o professor domina as preferências dessa área política.
Desconforto com discurso ao centro não chega para perder votos à direita
“Quanto mais ouço o Professor Marcelo mais claro tenho em quem não vou votar”, escrevia no Facebook o ex-assessor de Passos Coelho, Carlos Sá Carneiro, admitindo que a sua opinião “não é popular” entre os amigos da sua área política. De facto, não será a mais popular, se tivermos em conta que a sondagem do CM afirma que 83,4% dos que se afirmam como eleitores do PSD têm a intenção de votar Marcelo e 41,7% dos que dizem ser eleitores do CDS têm essa intenção de voto.
Certo é que o antigo assessor do ex-primeiro-ministro não está sozinho no desconforto causado pelas declarações de Marcelo Rebelo de Sousa, que Pacheco Pereira vê como “um bom apoio a um Governo de esquerda” – como afirmou ontem em entrevista à Antena 1.
São vários os que, mesmo não o assumindo em on o desconforto, criticam a falta de apoio ao discurso da falta de legitimidade política do Governo de Costa. Mesmo assim, é certo que PSD e CDS assumirão formalmente o apoio o candidato amanhã. A palavra de ordem é desvalorizar a distância aparente entre o candidato do centro-direita e as lideranças dos partidos que o vão apoiar, tentanto capitalizar a possibilidade de uma vitória nas presidenciais.