Esquerda unida acusa direita de ‘influenciar negativamente’ Bruxelas

Os partidos da esquerda parlamentar, que suportam o governo PS, acusaram hoje PSD e CDS de procurarem “influenciar negativamente” a Comissão Europeia. João Galamba, do PS, não deixou margem para dúvidas na acusação: “a tentativa de impor austeridade por interposta pessoa fica-vos mal”. Isto, horas depois de ter sido posta a circular uma falsa notícia…

Esquerda unida acusa direita de ‘influenciar negativamente’ Bruxelas

Pedro Filipe Soares, líder parlamentar do BE, alinhou na mesma diapasão contra PSD e CDS. O bloquista apontou o dedo ao que diz ser uma "campanha mediática orquestrada pela Comissão Europeia" contra a proposta de Orçamento do Estado que será entregue até sexta-feira na Assembleia da República. Soares acusou ainda o PSD de ter em Bruxelas um "eurodeputado que parece porta-voz da Comissão Europeia". E rematou: "a política de choque e de pavor devia envergonhar quem se diz democrata". 

Da bancada do PCP, João Oliveira, líder parlamentar dos comunistas, sublinhou que "o alinhamento do PSD e do CDS não é só contra o interesse nacional, é também contra o interesse dos trabalhadores". E atirou uma questão para as bancadas do PSD e do CDS: "Porque é que insistem em tratar com raiva tudo o que são matérias que devolvem aos portugueses direitos que lhes tiraram?".

Na resposta, Luís Campos Ferreira, do PSD, desafiou PCP e BE a "dizer que são contra a Europa e contra o Euro". O deputado social-democrata lembrou ainda que para o PSD o mais importante é que o Orçamento seja fechado e que o Executivo consiga honrar os compromissos assumidos com Bruxelas. Sobre as dificuldades, repetiu a tese: "Quem contribuiu para a falta de credibilidade do rascunho do Orçamento foram os senhores", disparou para bancada do PS.  

Também Cecília Meireles, do CDS, e em resposta a João Galamba, recusou receber "lições de moral de quem trouxe a troika para Portugal" e garantiu que o CDS "nunca julga o patriotismo de ninguém". Mas não deixou de reiterar as diferenças em relação ao governo em matéria de política orçamental: "o nosso caminho era do gradualismo". Ou seja, repor rendimentos, mas com calma.