Costa presta contas: défice de 2,3%

António Costa tinha já por várias vezes garantido que o défice de 2016 ficaria “confortavelmente abaixo dos 2,5%”. Hoje, veio ao Parlamento anunciar que o défice não será superior a 2,3%. Um valor que vai permitir a Portugal sair do procedimento por défices excessivos e que é o mais baixo registado na História da democracia.

"Contra todas as antevisões de desgraça, contra todas as antevisões de desgraça, contra todos os prognósticos de planos B, C ou Z, Portugal cumpriu os seus compromissos, sem ter tido necessidade de recorrer a orçamentos retificativos ou a medidas adicionais", afirmou o primeiro-ministro no arranque do primeiro debate quinzenal de 2017.

"Com os números de que já dispomos, posso garantir hoje, nesta Assembleia, que o défice de 2016 não será superior a 2,3%", anunciou António Costa, que vê neste número a prova de que a oposição estava errada.

"Sim, cumprimos os compromissos. Sim, havia alternativa. E, sim, alcançámos resultados", declarou Costa, que não poupou farpas à direita.

"PSD e CDS erraram na aritmética e erraram na política. Em quatro anos e oito orçamento retificativos, nem por uma vez, cumpriram os seus objetivos e deixaram-nos longe de poder sair do procedimento por défice excessivo", frisou o primeiro-ministro, que garante que o seu Governo não se contenta com o défice e que as suas políticas foram desenhadas a pensar num objetivo: "emprego, emprego, emprego".

Costa lembrou que o emprego está a crescer acima de 2% e "o desemprego em valores que não se verificavam desde 2009", sublinhando que isso significa que há "mais 86 mil pessoas empregadas do que há um ano".

De resto, António Costa destacou o facto de o desemprego de longa duração ter diminuído um ponto percentual e de o desemprego jovem ter caído 4,7 pontos percentuais.

Cumpridos os objetivos do défice, António Costa olha para a frente e anuncia o que está para vir. 

"2017 será, pois, o ano de prosseguir a política de recuperação de rendimentos e de promoção de investimento. Mas será também o ano de avançar de forma integrada na prossecução da estratégia que definimos para vencer os bloqueios estruturais do país, implementando o Programa Nacional de Reformas: a qualifificação dos portugueses, a valorização do território, a modernização do Estado, a inovação da economia, a capitalização das empresas, o reforço da coesão social e a redução das desigualdades", anunciou Costa.