A agenda do PCP

Para o secretário-geral do PCP, a única forma de alcançar estes objetivos passa por resistir a “manobras ou pressões” venham elas de Bruxelas ou do próprio Governo PS.

O apoio parlamentar ao Governo PS não faz os comunistas afastarem-se da defesa do que consideram ser as linhas de uma "política alternativa, patriótica e de esquerda".

Com isso em mente e numa altura em que estão praticamente esgotados os compromissos que serviram de base ao apoio ao Governo pelas esquerdas, Jerónimo de Sousa anunciou hoje os temas que o PCP quer pôr no topo da agenda.

O apoio à produção nacional, o combate à submissão ao euro, renegociação da dívida, a recuperação do controlo público da banca, a valorização de salários, as alterações à legislação laboral que desfaçam os efeitos das imposições da troika e o combate à militarização da União Europeia e do predomínio da NATO são temas que o PCP considera essenciais e que vão estar este ano no centro da ação política do partido.

Para o secretário-geral do PCP, a única forma de alcançar estes objetivos passa por resistir a “manobras ou pressões” venham elas de Bruxelas ou do próprio Governo PS.

É que, apesar do acordo com António Costa, os comunistas continuam a achar que o Governo do PS "não rompe com a política de direita”.

Num ano que os comunistas querem ver marcado por um debate alargado sobre um plano de saída para o euro, os constrangimentos ao investimento público impostos pela pressão da dívida são um dos principais pontos de discórdia entre comunistas e socialistas.

“O PCP prosseguirá a sua intervenção determinada pelo seu compromisso com os trabalhadores, o povo e o país. Tendo presente as possibilidades e a necessidade de dar resposta às suas aspirações e direitos, não iludindo limitações, constrangimentos e contradições resultantes das opções e orientações do Governo PS”, garantiu Jerónimo de Sousa.