Cristas gera indignação com comentário sobre professores

Assunção Cristas está a ser alvo de críticas nas redes sociais. O motivo? A defesa que encontrou para as notícias que neste fim de semana visavam a atividade profissional do ex-secretário de Estado dos Assuntos Fiscais Paulo Núncio e o seu envolvimento como fiscalista na criação de 120 empresas na Zona Franca da Madeira e no…

"No limite se nós acharmos que ninguém pode ter uma vida profissional antes de cargos governativos, então vamos ter um problema muito grande porque só podem ser governantes professores, académicos, professores de liceu e gente que não tem uma vida privada. Vale a pena perguntar se é o sistema que nós queremos e se é essa democracia que queremos construir", disse Assunção Cristas aos jornalistas quando confrontada com as notícias sobre a atividade de Paulo Núncio como fiscalista.

“Encontra-se mais rapidamente uma criatura com défice social do que uma política capaz. Já sabia que não gostas de profes, que os achas gente menor, mesmo os académicos, que não são empreendedores como os falidos que fazem as maravilhas engomadinhos do teu partido”, comenta o professor Paulo Guinote no seu blogue ‘O Meu Quintal’, num post com o título “Sãozinha, querida, get a life”.

“Portanto, há um líder de um partido com representação parlamentar que entende que os professores e os académicos não têm vida privada, é isso?”, reagiu entretanto o dirigente socialista Porfírio Silva, num post no Facebook, depois de vários outros internautas terem partilhado as declarações de Assunção Cristas com comentários que condenam a forma como a líder do CDS se refere aos professores.

Recorde-se que o PS já tomou a iniciativa de chamar novamente Paulo Núncio ao Parlamento para dar explicações sobre as notícias do seu envolvimento na criação de empresas no offshore da Madeira e na petrolífera venezuelana.

"Creio que também aí há ruído e uma coisa não tem nada a ver com a outra. E eu penso que isso fica bastante esclarecido e não vale a pena estar a tentar criar nexos que não existem", reagiu a líder centrista, defendendo ser natural o percurso profissional de Núncio.

Assunção Cristas condena, de resto, o aproveitamento político que está a ser feito do caso, considerando que ue "não há responsabilidades políticas" de Paulo Núncio e que  "o facto de haver transferências que não foram reportadas no tempo do atual Governo" demonstra que não houve "nenhum tipo de interferência política" nessa matéria.