António Costa recrutou no seu círculo íntimo de amigos o novo ministro adjunto, um advogado de negócios sem experiência política chamado Pedro Siza Vieira, seu antigo colega de faculdade. Siza Vieira vai substituir Eduardo Cabrita, entretanto nomeado para o cargo mais perigoso da nação: o de ministro da Administração Interna.
Quem ficou «triste» e «magoado» de se ver excluído para o cargo foi Pedro Nuno Santos, atual secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, soube o SOL junto de fontes socialistas.
A sua promoção a ministro adjunto não obrigaria que deixasse o seu trabalho no Parlamento. O cargo de ministro adjunto e dos Assuntos Parlamentares já existiu em vários Governos anteriores. No passado recente, no Governo de Passos Coelho houve um ministro adjunto e dos Assuntos Parlamentares, cargo que foi ocupado por Miguel Relvas.
Ao contrário de António Guterres, que promoveu António Costa a ministro dos Assuntos Parlamentares quando o atual primeiro-ministro tinha apenas 36 anos – e nomeou-o ministro da Justiça quando tinha 38 anos – António Costa tem resistido a promover os chamados «jovens turcos» que, entretanto, cada vez estão mens jovens. Na verdade, Pedro Nuno Santos, peça fundamental nas negociações e no diálogo com os partidos dos quais depende o Governo, PCP e BE, já começa a ficar longe de poder ser classificado como ‘jovem’ – já fez 40 anos, a data clássica que corresponde genericamente à entrada na chamada ‘meia-idade’.
Pedro Nuno Santos nunca escondeu, nas sucessivas entrevistas que foi dando ao longo dos tempos, que estaria disponível para ser candidato a secretário-geral do PS, no dia em que Costa decidir abandonar essas funções. Quando essa questão se colocar, terá uma adversária de peso, a atual secretária-geral adjunta, Ana Catarina Mendes, o principal rosto da gestão que levou à vitória autárquica.
Apesar de estar no Governo, Pedro Nuno Santos não abandonou o aparelho: mantém-se como presidente da Federação do PS/Aveiro.