Portugueses querem nova lei

Quase 70% dos inquiridos defende que deve haver uma nova lei para travar nomeações. Na polémica entre o atual e o ex-Presidente da República, Marcelo esmaga Cavaco

Os portugueses querem uma nova lei para travar as nomeações familiares. Numa altura em que estão em discussão novos critérios para regular as escolhas feitas pelos responsáveis políticos, 69,7% dos inquiridos defende que deve haver uma lei para regular as situações de nomeação de familiares por membros do Governo. O barómetro da Eurondagem – Associação Mutualista Montepio para o SOL revela que quase 70% dos portugueses querem uma nova lei. 18,6% defende que não é necessária e 11,7% tem dúvidas. 

São mais as mulheres a pensar que a polémica com o Governo liderado por António Costa justifica uma nova lei (19,4% dos inquiridos do sexo masculino entende que não é necessário, uma posição defendida por 17% das mulheres). 

O Presidente da República tem sido um dos principais defensores de é preciso mudar a legislação para alargar as limitações. Uma posição acompanhada por António Costa e pelo grupo parlamentar do PS. À direita, Rui Rio e Assunção Cristas têm defendido que este problema não se resolvem com uma lei. Os partidos à esquerda do PS também não mostraram grande entusiasmo com a ideia de aprovar uma lei até ao final da legislatura e o PS foi até agora o único partido a apresentar uma proposta concreta (ver texto ao lado). 

70% ao lado de Marcelo na polémica com Cavaco 
A maioria dos portugueses considera que Marcelo Rebelo de Sousa fez bem em lembrar que foi Cavaco Silva a dar posse a este Governo e que na altura já existiam relações familiares dentro do Executivo. 

Com efeito, 71% dos portugueses coloca-se ao lado do atual Presidente da República na polémica sobre as nomeações. Marcelo lembrou que não foi a ele a aceitar um Governo com «quatro membros do Governo com relações familiares».

Referia-se aos casos de Eduardo Cabrita e Ana Paula Vitorino, que são casados, e de José Vieira da Silva e Mariana Vieira da Silva (promovida a ministra na última remodelação), que são pai e filha. Cavaco Silva respondeu e garantiu que «não há comparação possível em relação ao Governo que dei posse em 2015». Confrontados com a polémica entre o atual e o anterior Presidente, só 19% dos portugueses dão razão a Cavaco Silva e considera que o governo é diferente daquele a que ele deu posse em 2015. 10% tem dúvidas, não sabe ou não responde.