O candidato que ganha pouco mais que o salário mínimo nacional

Vasco Santos, cabeça-de-lista do MAS, quer um salário mínimo europeu no valor de 900 euros.

Vasco Santos, 46 anos, é o cabeça-de-lista do Movimento Alternativa Socialista (MAS), e ontem esteve em campanha na cidade de Coimbra para alertar contra as alterações climáticas. Mas, este é apenas mais um tema da lista de prioridades da campanha. Uma das bandeiras do MAS é a criação de um salário mínimo europeu de 900 euros, na média dos salários mínimos na Europa. Neste ponto o candidato sabe do que fala porque é assistente operacional no Hospital de Barcelos há 25 anos e leva para casa 635 euros por mês, um valor atualizado este ano. Ou seja, ganha praticamente o salário mínimo nacional.

“Nós achámos que é necessário criar não só um salário mínimo europeu como uma pensão mínima europeia. Repare, reformas de 230, 238, 300 euros, não sei como é que as pessoas  conseguem [viver]”, prossegue o candidato que tem um orçamento de campanha de 5 mil euros. “É óbvio que é curto, mas tem de dar”, confessa, garantindo, contudo, que é contra a subvenção pública concedida aos partidos: “Os partidos têm de viver com o dinheiro dos seus militantes, dos seus apoiantes”.

O combate ao machismo e à violência doméstica é outra das prioridades de Vasco Santos. Que defende uma justiça mais eficaz para defender as vítimas.

Na lista de prioridades do MAS está também o combate à extrema-direita e ao fascismo. “Com os governos Macron, Merkel e Costa estamos muito mal, mas com a extrema-direita só irá piorar”, defende Vasco Santos, que ataca a ideia de que se virou a página da austeridade. “O trabalho precário continua aí – o emprego que tem crescido é precário”, alerta o candidato em conversa telefónica com o i.

Para Vasco Santos é preciso acabar com os contratos precários e garantir que ao fim de um ano, os trabalhadores entram no quadro das empresas.

Quanto ao combate às alterações climáticas, o tema que o levou ontem de manhã a Coimbra, Vasco Santos defende que é preciso acabar com a queima de combustíveis fósseis. “É mobilizar a sociedade civil de forma a alterar este panorama que é negro para nossa espécie”, argumenta o candidato que faz teatro nas horas livres, é membro de uma comissão de moradores e toca numa banda há 20 anos, a Ala Furiosa de Alcoentre.