PSD acusa PS de omitir informação na atividade do SNS

“É uma tentativa de branquear a realidade para poder sustentar a narrativa do primeiro-ministro”, afirma a deputada do PSD, Sandra Pereira.

O PSD acusa os socialistas de “branquearem a realidade” sobre a situação do Serviço Nacional de Saúde. Os sociais-democratas contestam o parecer da deputada Sara Velez, que foi ontem aprovado com os votos a favor do PS e contra do PSD, sobre o Relatório Anual sobre o acesso a Cuidados de Saúde nos estabelecimentos do SNS e Entidades Convencionadas do ano de 2018.

“É uma tentativa de branquear a realidade para poder sustentar a narrativa do primeiro-ministro”, afirma a deputada do PSD, Sandra Pereira, lamentando que o PS tenha chumbado o parecer do PSD para apresentar uma alternativa com várias omissões. O principal partido da oposição garante que o parecer aprovado tem várias omissões. Um dos aspetos que os deputados sociais-democratas contestam é “a omissão da referência à atribuição de médico de família a uma média anual de 118 mil utentes no período entre 2016 e 2018, enquanto que, entre 2011 e 2015, essa atribuição era ao ritmo anual de 194 mil utentes”.

O PSD aponta ainda o dedo aos socialistas por omitirem “o facto de, em 2018, terem sido realizadas menos 22 mil consultas médicas presenciais nos cuidados de saúde primários do que em 2015” Sandra Pereira explica que aumentaram o número de consultas está relacionado com “uma vincada subida no número de consultas não presenciais”. Por último, o PSD contesta “a omissão da referência à abertura de camas de cuidados continuados, ao ritmo de 519 por ano, entre 2011 e 2015, enquanto que, entre 2016 e 2018, esse ritmo decresceu para 357 novas camas por ano”.

 A audição da ministra da Saúde na comissão parlamentar está marcada para as 9 horas e surge após requerimentos das diferentes bancadas. Além do requerimento do PSD para discussão do relatório de acesso ao SNS em 2018, o PAN apresentou um requerimento para ouvir Marta Temido sobre o caso do bebé que nasceu no Hospital de Setúbal com malformações graves e o CDS-PP pretende esclarecimentos sobre o acesso a cuidados paliativos em Portugal. Já o Bloco de Esquerda e o PCP querem explicações sobre a nova parceria público privada para o Hospital do Cascais.

O PSD pediu para ouvir a ministra sobre o relatório de Acesso a Cuidados de Saúde no final do ano passado. Os sociais-democratas referiram que o relatório contém “alguns dados preocupantes e que revelam uma crescente degradação do acesso a cuidados de saúde no SNS, designadamente entre os anos de 2017 e 2018”. A audição de Marta Temido vai “decorrer em formato Misto (Presencial e Videoconferência)”, de acordo com a agenda da Assembleia da República. Com Marta Reis