O Grupo Impresa anunciou a semana passada uma nova emissão obrigacionista no valor de 30 milhões de euros, que servirá para pagar… a última emissão obrigacionista. Ou seja, o grupo detido por Francisco Balsemão e dono da SIC e do Expresso volta a recorrer a financiamento para pagar dívida, sendo que, atualmente, o passivo bancário já ronda os 400 milhões de euros – o que coloca a Impresa em falência técnica.
Recorde-se que a Impresa anunciou ter fechado o ano de 2020 com lucros inferiores a 20 milhões de euros.
Números que são agravados pelo desinvestimento publicitário e pela transferência de uma fatia deste cada vez maior para as grandes plataformas online (Google, Facebook, Instagram, Amazon) e pela desconfiança do mercado publicitário relativamente aos dados das audiências – tanto assim que a Impresa anunciou sem pré-aviso o fim do programa de Ricardo Araújo Pereira, que era líder segundo os dados da GfK.
Além disso, a Impresa beneficiou do apoio de cerca de 3,5 milhões do Estado no âmbito da contratação antecipada de espaços publicitários para redução dos impactos da pandemia da covid-19.
Por outro lado, as necessidades de tesouraria do Grupo terão levado à decisão de venda das participações da Impresa tanto na agência Lusa como na VASP – compradas pelo grupo de Marco Galinha (no caso da distribuidora, passando a Global Media a deter 50% e a Cofina os outros 50%).