André Ventura está tranquilo com a decisão do Chega/Açores mas duvidoso com o comprometimento do PSD

Mesmo depois das águas mal passadas, o líder do Chega continua com dúvidas em relação à realização das condições acordadas entre o seu partido e a coligação liderada pelo PSD. 

André Ventura, líder do Chega, está tranquilo com a decisão do deputado único do partido nos Açores em viabilizar o Orçamento Regional, que foi aprovado esta quinta-feira, uma vez que José Pacheco lhe indicou que o Governo aceitou "todas as condições impostas", no entanto, mantém as suas "dúvidas" quanto à realização das mesmas. 

"Se é assim, se o Governo dos Açores cedeu em toda a linha, também não nos ficaria bem dizer 'bom, então assim chumbamos à mesma'. Portanto, vamos ver, eu tenho as minhas dúvidas, mantenho as minhas dúvidas", sublinhou o líder do partido de extrema-direita à agência Lusa. 

Questionado sobre uma possivel incoerência da sua parte, dado que quando pediu para votar contra o Orçamento nos Açores ainda frisou que se o PSD nacional não quer fazer um acordo com o Chega a nível nacional, o mesmo também não poderia acontecer a nível local, Ventura explicou que, no acordo com o PSD Açores, também foi exigido "uma mudança de atitude da parte do PSD", tendo sido "aparentemente aceite". 

"Isso estava como parte do pressuposto, de que o PSD Açores faria a sua parte nessa mudança de espírito e de relacionamento. Aparentemente isso foi aceite", assinalou o líder do Chega, frisando, no entanto, que tem "pouca" esperança que o PSD nacional mude de atitude. É caso para esperar e ver "como é que as coisas correm".

"Vamos ver se cumprem ou não cumprem. Também se não cumprem sabem – e foi dito pelo próprio Chega Açores – que é a última oportunidade", apontou André Ventura. 

Depois de ter passado pela generalidade e especialidade hoje, o Plano Anual dos Açores para 2022 foi aprovado em votação final global com 29 votos a favor do PSD, CDS-PP, PPM, Chega, IL e deputado independente, tendo recebido 28 votos contra, do PS, BE e PAN.

A proposta de alteração aprovada no debate de especialidade parte da coligação que forma atualmente o Governo – PSD, CDS-PP, PPM – e pretende reduzir o endividamento em 18 milhões de euros, na rubrica da reestruturação e concessão de transporte aéreo de passageiros, carga e correio inter-ilhas.

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