Zona euro cresceu 4,6% no 4.º trimestre mas Portugal lidera subidas

Portugal registou o segundo maior crescimento em cadeia. Ainda assim, UTAO diz que efeito da pandemia ascendeu a 5844 milhões em 2021.

As economias da zona euro e da União Europeia (UE) tiveram em 2021 um crescimento anual de 5,2%. Os dados foram avançados pelo Eurostat, depois de terem contraído 6,8% e 6,4%, respetivamente, em 2020. Para o quarto trimestre, o gabinete estatístico europeu confirmou também a estimativa de janeiro, que indicava um crescimento de 4,6% do Produto Interno Bruto (PIB) da zona euro e de 4,8% na UE, face ao mesmo período de 2020, quando avançaram 3,9% e 4,1%.

Já na variação em cadeia, no quarto trimestre o crescimento do PIB abrandou para os 0,3% na zona euro e 0,4% na UE, depois de ter subido, entre julho e setembro de 2021, 2,3% na zona euro e 2,2%, respetivamente.

No que respeita ao indicador de emprego, este registou em 2021 uma taxa de crescimento anual de 1,1% a zona euro e de 1,2% na UE. Mas face ao trimestre homólogo, entre outubro e dezembro últimos a taxa de emprego manteve o ritmo de crescimento de 2,1% em ambas as zonas.

Na variação em cadeia, segundo o gabinete estatístico europeu, o número de pessoas com um emprego aumentou 0,5% na zona euro e na UE, um abrandamento face aos 1,0% e 0,9%, respetivamente, registados no terceiro trimestre de 2021.

Entre os países para os quais há dados disponíveis, a Polónia (7,7%) registou a maior subida homóloga do PIB no quatro trimestre de 2021, seguida pela Hungria (7,1%) e a Itália (6,4%), não se observando qualquer recuo. Na variação trimestral, a Hungria apresentou o maior avanço (2,1%), seguindo-se a Espanha (2%) a Polónia (1,7%).

A Áustria (-2,2%), a Alemanha (0,7%), a Roménia (-0,5%) e a Letónia (-0,1%) apresentaram as únicas descidas trimestrais. Já a economia portuguesa cresceu 5,8% face ao quatro trimestre de 2021 e 1,6% na comparação com o anterior.

Impacto da pandemia No mesmo dia em que foram revelados os dados do crescimento do PIB, a Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) afirmou que o efeito financeiro no Estado das medidas relacionadas com a covid ascendeu a 5844 milhões de euros, no ano passado. 

“No final do ano de 2021, o efeito financeiro direto conhecido das medidas de política covid-19 na conta consolidada das administrações públicas ascendeu a 5844 milhões de euros, traduzindo um impacto superior (1119 milhões) ao apurado em 2020 (4725 milhões)”, referem.

Os técnicos explicam ainda que o impacto direto total em 2021 se decompõe nas medidas que agravaram o saldo global (5279 milhões de euros), nas que constituíram despesa em ativos financeiros (131 milhões de euros) e nas medidas com registo contabilístico extraorçamental (despesa líquida de 434 milhões de euros). E lembram que o cofinanciamento europeu com as medidas de combate à pandemia totalizaram os 760,3 milhões de euros.

A UTAO diz ainda que do esforço financeiro total do Estado com as medidas de combate à pandemia, o “apoio à economia” representou 68,4% (3999 milhões de euros). Entre o “apoio à economia” incluem-se as medidas de apoio ao emprego e manutenção da laboração (2133 milhões de euros), a proteção dos rendimentos das famílias (698 milhões de euros), despesa líquida em operações extraorçamentais (434 milhões de euros ), “outros” (343 milhões de euros) e prorrogação e isenção de obrigações fiscais e contributivas (261 milhões de euros) representaram 66,2% do esforço financeiro total (5844 milhões de euros).

Já o esforço financeiro com a “saúde” representou 31,6%, situando-se em 1845 milhões de euros e destacando-se a aquisição de medicamentos, testes, vacinas e equipamentos de proteção individual (1005 milhões de euros) e o reforço de recursos humanos (597 milhões de euros).

“No final do ano de 2021 o impacto direto das medidas covid-19 sobre o saldo global foi 5279 milhões, resultando maioritariamente do aumento da despesa (97,7%)”, salienta a UTAO, refletindo o efeito cumulativo da perda de receita (124 milhões de euros) e aumento da despesa (5155 milhões de euros).

Os técnicos explicam que as medidas com efeitos sobre a cobrança de receita efetiva (-124 milhões de euros) “tiveram um peso de 0,1% na cobrança acumulada anual” e “representaram 2,3% do esforço orçamental do conjunto de medidas covid-19 com tradução no saldo global”.

Já o impacto direto das medidas no saldo global repartiu-se entre “as medidas destinadas a apoiar a saúde, com um peso de 34,9% (1845 milhões) e as de apoio à economia, que ascenderam a 65,1% (3434 milhões) do valor total”.