Se dúvidas ainda houvesse quanto ao antigo líder parlamentar na corrida à liderança do PSD, agora tudo parece indicar que Luís Montenegro tem vindo a apressar o passo e se prepara para anunciar formalmente a sua candidatura, aguardando apenas que o Conselho Nacional do PSD, agendado para segunda-feira, marque as próximas eleições internas.
À medida que vai engrossando os apoios nas estruturas, sobretudo junto de uma geração mais nova, que inclui nomes como António Leitão Amaro, Margarida Balseiro Lopes ou Hugo Soares, nos bastidores do partido há quem procure alternativas que lhe possam fazer sombra. Miguel Poiares Maduro é uma delas e poderia personificar uma proposta mais liberal para o futuro do partido. A dar gás a esta pretensão, sabe o Nascer do SOL, o principal dinamizador será Pedro Rodrigues, ex-líder da JSD e antigo chefe de gabinete de Poiares Maduro. Os dois mantêm uma boa relação desde essa altura.
No núcleo do Porto, apurou o Nascer do SOL, há uma «grande ânsia» de arranjar um protagonista e, além de Pedro Rodrigues, também Alberto Machado, presidente da distrital do Porto, Miguel Côrte-Real ou Hugo Neto alimentam esperanças de uma figura que de certa maneira lhes possa dar algum poder no partido. Apesar de não terem exército ou «margem de implementação ou de fixação como Montenegro», querem demarcar-se do protocandidato, numa lógica que está presente a nível distrital, que funciona por um bloco de poder e um bloco de oposição, sendo que este último «representa sempre 30 a 40% de cada distrito» – como disseram fontes sociais-democratas ao Nascer do SOL. Ora, fazendo a extrapolação a nível nacional significa que um candidato que colhe estas sobras nas fações distritais consegue ir a jogo com uma candidatura sólida? Isso só aconteceria se houvesse apenas dois candidatos. E é aí que Poiares Maduro torce o nariz. Consciente de que não dispõe de condições partidárias suficientes neste momento, acresce que existem outros putativos candidatos em campo, ainda que sem grandes expectativas,como Ribau Esteves.
Já Carlos Moedas, presidente da Câmara de Lisboa, tal como o Nascer do SOL já tinha noticiado em edições anteriores, tem vindo a ser muito pressionado por movimentos autárquicos internos a ir a jogo, tendo amarrado a si todo o aparelho de Lisboa, como Luís Newton ou Ângelo Pereira. Mas, segundo as mesmas fontes, «este não é o tempo de Moedas». «A nível político podia ser entendido como um sinal muito negativo para o eleitorado de Lisboa. É uma tentação à qual não deverá ceder», antecipa um influente social-democrata.
A desvancerem na corrida à presidência do PSD estão ainda Jorge Moreira da Silva, ocupado com a Direção da Cooperação para o Desenvolvimento e o Secretariado do Comité de Ajuda ao Desenvolvimento da OCDE, e Miguel Pinto Luz, que é dado como apoiante de Montenegro.