Já há crianças ucranianas em mais de 900 escolas portuguesas

Alunos refugiados em Portugal estão matriculados em 136 concelhos, avançou ao i o Ministério.

O número de crianças de nacionalidade ucraniana matriculadas em escolas portuguesas continua a aumentar a cada dia, já com quase mil escolas envolvidas na integração de alunos. O balanço foi feito ao i pelo Ministério da Educação, que tem feito um mapeamento diário das inscrições no Portal das Matrículas. Esta quinta-feira estavam matriculados no ensino português 2251 alunos de nacionalidade ucraniana, espalhados por cerca de 950 escolas em 136 concelhos. Lisboa (143), Portimão (137) e Cascais (88) têm o maior número de inscrições, mas os alunos estão a ser integrados em escolas de Norte a Sul do país, nos locais onde as famílias encontraram alojamento.

Segundo os dados do SEF, já deram entrada no país mais de 10 mil menores, pelo que a maioria ou não tem idade escolar ou não está ainda inscrito. Além da inscrição no ensino português, o Governo já fez saber que tem estado a articular com Kiev um serviço de aulas à distância disponibilizado pelo Governo ucraniano.

Ainda assim, este universo de mais de 2 mil alunos representa já a esta altura quase a população de um mega-agrupamento, naquela que é a maior vaga de refugiados na Europa desde a segunda Guerra Mundial. Em Portugal, só no regresso de centenas de milhares de portugueses das antigas colónias houve um momento de maior integração de estudantes nas escolas num curto espaço de tempo.

De acordo com os dados fornecidos ao i pelo ME, a maioria das crianças ucranianas matriculadas nas escolas está a frequentar o 1.º ciclo, seguindo-se os alunos inscritos no 3.º e no 2.º ciclo.

As orientações da tutela são para que sejam simplificados os procedimentos na concessão de equivalências de habilitações e para uma progressiva integração no currículo português, com a oferta da disciplina de Português Língua Não Materna a todos os alunos. O ME adianta que deu instruções para a constituição de equipas multidisciplinares com os recursos existentes nas escolas para propor e desenvolver estratégias adequadas a cada caso. O Governo decidiu também atribuir a todos os estudantes com estatuto de proteção especial temporária apoio da Ação Social Escolar no escalão A, que isenta as famílias do pagamento de refeições e que garante um subsídio para aquisição de livros e material escolar. No caso dos livros, a tutela salienta ainda outras iniciativas em curso, como a parceria entre a Leya e a RANOK Publishing House, a principal editora escolar na Ucrânia, para que fossem disponibilizados em formato digital na plataforma Aula Digital os manuais ucranianos que as crianças usavam no país.